Nove artistas mineiras participaram, na noite de ontem (21), da décima edição do concurso Drag Glamour Minas Gerais, que elegeu a drag queen mais glamurosa do estado. O evento foi realizado no auditório Sest Senat, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Criado em 2015, o Drag Glamour surgiu como um concurso “pequeno e simbólico”, nas palavras de Evellyn Loren, presidenta do coletivo Transviva, criadora e organizadora do evento. Com o objetivo de difundir e valorizar a arte drag pelo estado, o Glamour cresceu e se tornou um espaço de cultura múltipla e inclusiva.
“O Drag Glamour acontece uma vez por ano e tem um júri técnico composto por representantes de diversas partes da sociedade, pra ser bem diversificado. A candidata que ganha representa Minas Gerais em eventos de outros estados, participa de paradas LGBTs e ações sociais”, explica Evellyn.
Glamour dos anos 80
Evellyn conta que o desejo de criar um concurso de drags nasceu da vontade de resgatar o encanto que existia no fim do século passado. “Eu comecei a observar que o glamour tava sendo perdido, aquele glamour da década de 80 e 90 tava sendo deixando de lado. Então eu quis ‘retrazer’ para os palcos aquelas músicas românticas, com performance, e de lá pra cá surgiu o Drag Glamour”, relembra.
Não por acaso o glamour almejado dá nome ao concurso. Mas Evellyn conta que o substantivo poderia ser substituído por outra palavrinha. “O que falta no nosso mundo mesmo é mais amor. O glamour tem que tá de volta, e essas coisas andam juntas”, diz.
De Juatuba pro mundo
No Drag Glamour, artistas de diferentes regiões mineiras mostraram todo carisma, singularidade, confiança e talento para impressionar o time de jurados que, após avaliar os look e as performances, coroa as melhores.
“A Gabriella, mulher transgênero e vencedora da edição, estava impecável. Vestido, cabelo, produção, tudo lindo, além de um show emocionante. Quando ela entrou, a plateia foi ao chão. Pensa numa torcida vibrante! E isso fez com que ela brilhasse mais no palco”, conta a organizadora do evento e jurada.
Gabriella Resende é moradora de BH, mas morou parte da infância em Juatuba, na região metropolitana da capital, e resolver representar o município no concurso, que reúne uma representante por cidade. Além de levar o prêmio mor da noite, sendo eleita a mais glamurosa dentre as participantes, Gabriella recebeu o troféu Palmas de Ouro, que mede a empolgação da torcida, ao lado de Layla Miller.
“É um sonho de muito tempo que agora eu consegui realizar e receber esse título. Eu pretendo honrar esse título e carregar essa faixa com muito amor e carinho”, disse a drag vencedora ao final do concurso.
Participação popular
Apesar das estrelas da noite serem as artistas, Evellyn destaca a participação do público na construção do Drag Glamour. “Primeiro para poder incentivar a arte drag no nosso estado, que é muito bonita mas na prática não recebe o devido valor”, levanta.
“Quando se fala em arte, a gente logo pensa em música, teatro e outras coisas que são valorizadas. Quando se fala em arte drag, há um certo preconceito. Só que é uma arte que exige interpretação, memória, ensaio, então não é muito diferente das outras artes. Ela só precisa de valorização, que vem com a presença do público”, aponta Loren.
Confira o resultado do Drag Glamour 2024
1º Lugar: Gabriella Resende – Juatuba
2º Lugar: Verônyka Daimond Brasil Dellattore – Viçosa
3º Lugar: Olivia Oli – Sete Lagoas
Troféu Palmas de Ouro: Layla Miller – BH – e Gabriella Resende – Juatuba
Troféu Melhor Dublagem: Marry Concert Montenegro – Betim
Troféu Charme e Elegância: Gabriella Resende – Juatuba
Agulha de Ouro: Layla Miller – Belo Horizonte
