O fim do primeiro turno das eleições de 2024 definiu dois cenários em BH: a disputa entre Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD) pela prefeitura, além dos 41 vereadores que estarão na Câmara entre 2025 e 2028. Noutra ponta, a rejeição às candidaturas de jornalistas, tanto para o Executivo, quanto para o Legislativo municipal ficou bastante evidente. Ao menos cinco nomes tentaram eleição a cargos públicos na capital mineira e não tiveram sucesso.
A maior surpresa foi a de Mauro Tramonte (Republicanos), derrotado na corrida pela prefeitura. Apresentador do programa Balanço Geral, da Record, e deputado estadual, o candidato liderava as pesquisas de intenção de votos em Belo Horizonte, mas viu sua campanha ser superada nas urnas nesse domingo (6). Com 192.991 votos, equivalentes a 15,22% da apuração, Tramonte terminou a disputa eleitoral na terceira posição, atrás de Engler e Fuad, que registraram 34% e 26%, respectivamente.
Embora surpreendente, consideradas as pesquisas, o resultado de Mauro foi melhor que o do antigo colega de emissora, o senador Carlos Viana (Podemos). Também candidato a prefeito de BH, o jornalista converteu apenas 1% dos eleitores belo-horizontinos, o que equivale a 12.712 votos. Até o momento da publicação desta reportagem, Viana não havia comentado o resultado da campanha. Mauro, por sua vez, foi sucinto e, quase cinco horas após resultado, agradeceu equipe e eleitores pelo Instagram.
Vereadores
Ao menos três jornalistas também tiveram suas campanhas rejeitadas pelo eleitorado belo-horizontino para a Câmara Municipal. Leopoldo Siqueira (PP), da TV Alterosa, recebeu 2.270 votos, insuficientes para a vereança. André Rocha (PSD), ex-Record e atual Band Minas, obteve 2.595 e também não foi eleito. Pablo Tiago (União), companheiro de emissora de Leopoldo Siqueira, converteu 5.493 eleitores e também ficou de fora da seleção.
As candidaturas de jornalistas não foram rejeitadas por completo, no entanto. O repórter Leonardo Angelo, da Rádio Itatiaia, obteve 6.156 votos e conseguiu uma cadeira na Câmara Municipal pelo próximo mandato. Nem Leopoldo, nem André, nem Pablo haviam se manifestado sobre o resultados das eleições até o momento de publicação desta matéria. Leonardo, por sua vez, celebrou a eleição através do Instagram.
Jornalistas derrotados também São Paulo
Na capital paulista, o fenômeno de rejeição a candidaturas de jornalistas se repetiu. Na disputa pela prefeitura da maior cidade brasileira, o apresentador da Band José Luiz Datena (PSDB) obteve apenas 1,84% dos votos válidos, totalizando 112.344 eleitores. O número absoluto é menor que o total de votos conquistados pelo vereador mais votado na cidade. Ainda nesse domingo (6), Datena comentou que seu desempenho como candidato “não foi à altura de um candidato do PSDB” e “muito abaixo da crítica”.
Por lá, Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSol) disputarão a chefia do Executivo no segundo turno.
Outro nome conhecido pela rejeição em São Paulo é o de Celso Russomanno (Republicanos), repórter jurisconsulto da Record, especializado em defesa do consumidor. Deputado estadual há dois mandatos, o jornalista tentou, em 2012, 2016 e 2020, alcançar o Executivo municipal e acabou de fora da disputa. Após o resultado das eleições mineiras de ontem (6), a caminhada de Mauro Tramonte foi associada à de Russomanno, que também liderava pesquisas de intenção de votos em outros momentos e acabou “desidratando” frente às urnas.
Desde então, em São Paulo, o contraste entre pesquisas e realidade é conhecido como “efeito Russomano”.
Engler x Fuad em BH
Com 100% das urnas apuradas, os resultados confirmam que Bruno Engler e Fuad Noman disputarão o segundo turno das eleições para prefeito de Belo Horizonte. Engler conquistou 34,38% e Noman terminou com 26,54% dos votos válidos. Veja abaixo a apuração de todos os candidatos.
Os eleitores belo-horizontinos deverão voltar às urnas no fim do mês, em 27 de outubro. A segunda votação será necessária já que nenhum dos candidatos ao executivo municipal alcançou mais de 50% dos votos válidos no primeiro turno. Unificado em todo o país, o horário de votação do próximo dia 27 será o mesmo deste sábado: das 8h às 17h.
Vereadores eleitos em BH
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) divulgou nesse domingo (6) o resultado das eleições para o cargo de vereador (a) para a Câmara Municipal de Belo Horizonte, MG. Veja abaixo quem são os eleitos.
- Pablo Almeida (PL) – 39.960
- Professora Marli (PP) – 23.773
- Iza Lourenço (Psol) – 21.485
- Fernanda Pereira Altoé (Novo) – 18.682
- Marcela Trópia (Novo) – 17.878
- Pedro Rousseff (PT) – 17.595
- Flávia Borja (DC) – 16.393
- Vile (PL) – 14.705
- Uner Augusto (PL) – 13.401
- Irlan Melo (Republicanos) – 11.660
- Juninho Los Hermanos (Avante) – 11.435
- Wagner Ferreira (PV) – 10.963
- Dr Bruno Pedralva (PT) – 10.870
- Lucas Ganem (Pode) – 10.753
- Osvaldo Lopes (Republicanos) – 10.345
- Loíde Gonçalves (MDB) – 10.313
- Luiza Dulci (PT) – 10.169
- Braulio Lara (Novo) – 9.992
- José Ferreira Projeto Ajudai (Pode) – 9.946
- Edmar Branco (PCdoB) – 9.813
- Cida Falabella (PSOL) – 9.530
- Professor Juliano Lopes ( Podemos) 9.328
- Wanderley Porto (PRD) – 9.261
- Bruno Miranda (PDT) – 8.736
- Arruda (Republicanos) – 8.668
- Cláudio do Mundo Novo (PL) – 8.261
- Helinho da Farmácia (PSD) – 8.121
- Helton Júnior (PSD) – 8.013
- Janaína Cardoso (União Brasil) – 7.740
- Pedro Patrus (PT) – 7.675
- Cleiton Xavier (MDB) – 7.382
- Sargento Jalyson (PL) – 7.080
- Maninho Félix (PSD) – 7.061
- Juhlia Santos (PSOL) – 6.703
- Rudson Paixão (Solidariedade) – 6.594
- Doutora Michelly Siqueira (PRD) – 6. 495
- Marilda Portela (PL) – 6.279
- Diego Sanches (Solidariedade) – 6.278
- Leonardo Ângelo da Itatiaia (Cidadania) – 6.156
- Tileléo (PP) – 5.065
- Neném da Farmácia (Mobiliza) – 4.702
Veja a apuração completa de votos de todos os candidatos.
Nessas eleições, cerca de 156 milhões de pessoas, em todo o Brasil, estavam aptas a irem às urnas para eleger prefeitos e vice-prefeitos em 5.569 cidades do país, além de, aproximadamente, 58 mil vereadores, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em Minas Gerais, são 16,4 milhões de eleitores.
BH rejeita nova bandeira
Os eleitores de BH também votaram contra a adoção de uma nova bandeira para a capital mineira. Com 75% das urnas apuradas, já é possível antever o resultado do referendo que definia a nova bandeira.
Neste ano, os eleitores de Belo Horizonte, além dos votos para prefeito e vereador, votaram para definir se a cidade adotaria uma nova bandeira.
Uma proposta de substituição da bandeira tramitou na Câmara de BH em 2023, mas para passar a valer o novo símbolo um referendo popular deveria chancelar a escolha nas eleições 2024.
A proposta de substituir a bandeira foi definida depois de o designer gráfico Gabriel Figueiredo criar a nova identidade e apresentá-la nas redes sociais. Após ganhar a internet, vereadores apresentaram um projeto para substituí-la.
A nova proposta trazia símbolos de BH através do seu design. O céu era retratado pela cor azul, a Serra do Curral pela cor verde e o sol finaliza a bandeira.
Com o resultado, BH mantém a atual bandeira. O formato foi instituído por lei em 1995 e consiste na aplicação do brasão oficial da cidade em um fundo branco.