Atlético é contra possível restrição de público nos estádios: ‘Ambiente é mais controlado’

Torcida Atlético
Clube justificou dizendo que a atual onde de Covid é mais branda (Bruno Sousa/Atlético)

O Clube Atlético Mineiro publicou hoje (19) uma nota de posicionando contra qualquer medida de restrição de público nos jogos do Campeonato Mineiro. Para o time, uma “iniciativa nessa linha seria completamente injustificada”, mesmo com o vertiginoso aumento nos casos da Covid-19. A SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde) se reúne hoje com a FMF (Federação Mineira de Futebol) para discutir a presença do público nos jogos.

Para o Atlético, o ambiente dos jogos está mais controlado, em função da exigência de vacinação ou teste negativo da Covid-19. “Além disso, o aumento momentâneo do número de casos de Covid refere-se a uma variante mais branda do vírus, que ocasiona, na quase totalidade dos casos, somente sintomas leves de gripe”, defende na nota (leia na íntegra abaixo).

Na publicação, o clube ainda defendeu que o futebol não poderia ser tratado diferente dos outros ambientes. “É preciso considerar que eventual restrição de público nos estádios de Minas Gerais seria um desrespeito aos torcedores e causaria sério impacto para os clubes mineiros, que iniciam, na próxima semana, a disputa do campeonato estadual”, declara.

A SES-MG informa ao BHAZ que se reunirá com representantes da Federação Mineira de Futebol, na tarde desta quarta-feira (19). O encontro acontece no prédio da Secretaria, na Cidade Administrativa, para discutir sobre a presença segura de público nos jogos de futebol em Minas Gerais.

Especialista ainda vê riscos

O diretor médico da Target Medicina de Precisão, Adelino de Melo Freire Junior, concorda com a nota em relação ao menor potencial da variante ômicron para casos graves. “As evidências que a gente tem sugerem que a variante ômicron é mais branda e causa menos infecção pulmonar. Na população vacinada, tem menor impacto do que as outras variantes”, afirma.

No entanto, o infectologista ressalta que o potencial de transmissão da variante, que tem causado o aumento recorde nos casos de Covid-19, é o suficiente para que precauções maiores sejam tomadas. “Mesmo que a proporção de casos graves seja menor, a quantidade absoluta é muito grande”, ressalta.

“A gente tem que manter as medidas de precaução, porque a capacidade de transmissão é tão grande que o impacto existe do mesmo jeito. O volume de pessoas é enorme e, ainda que tenha o risco baixo, algumas pessoas podem ter um caso mais grave”, reforça.

Em relação às medidas de prevenção para acesso aos ambientes de jogos, Adelino ressalta que todas são medidas complementares, que não eliminam o risco completamente. “É como a metáfora do queijo suíço, em que cada fatia é uma camada de proteção: a testagem, a máscara, a vacina, a limitação de quantidade de pessoas. Isoladamente, a proteção é limitada”, explica.

Nota do Atlético na íntegra:

“Sobre as notícias veiculadas na mídia, a respeito de eventual restrição de público nos estádios de nosso estado, durante os jogos do Campeonato Mineiro, o Atlético afirma ser absolutamente contrário a qualquer medida nesse sentido.

Iniciativa nessa linha seria completamente injustificada porque o futebol não pode ser tratado de forma diferente das demais atividades. O momento exige cuidado, o que não pode ser confundido com atitudes demagógicas.

O acesso aos estádios é permitido somente para pessoas plenamente vacinadas ou com teste negativo para Covid, realizado no período de 72 horas que antecede as partidas. Portanto, o ambiente do futebol é muito mais controlado que outros que funcionam normalmente, como transporte público, feiras, shoppings, transporte aéreo, restaurantes, cinemas, hotéis e eventos, entre outros.

Além disso, o aumento momentâneo do número de casos de Covid refere-se a uma variante mais branda do vírus, que ocasiona, na quase totalidade dos casos, somente sintomas leves de gripe.

É preciso considerar que eventual restrição de público nos estádios de Minas Gerais seria um desrespeito aos torcedores e causaria sério impacto para os clubes mineiros, que iniciam, na próxima semana, a disputa do campeonato estadual.”

Edição: Vitor Fernandes
Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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