Começou hoje (30) a votação sobre a venda do restante do Diamond Mall pelo Atlético. O clube ainda detém 49,9% do empreendimento, valor correspondente a cerca de R$ 363,2 milhões (exposto no Galo Business Day). Até às 18h de amanhã (31), os eleitores podem votar no auditório da Sede Administrativa, no bairro Lourdes, e à distância, via internet.
Para acompanhamento dos torcedores, o clube disponibilizou na Galo TV, via YouTube, o painel completo de votação, atualizado em tempo real (confira abaixo). Além disso, o voto é aberto, então é possível verificar o voto de cada conselheiro atleticano. O clube alvinegro considera a venda crucial para pagar dívidas milionárias de curto prazo, equivalentes a mais de R$ 470 milhões (detalhes ao longo da matéria).
O que está em jogo
A venda do Diamond será aprovada caso ocorram 2/3 de votos favoráveis do número total de conselheiros, correspondente a 280 pessoas. Até o fechamento desta matéria, foram registrados 192 votos e favor e nenhum contra. “O Clube convoca todos os integrantes do Conselho para exercer seu direito de voto”, postou o Galo nas redes sociais. Confira abaixo as duas pautas que são tema da votação:
1. Autorização para a alienação do ativo imobiliário correspondente à participação do Clube Atlético Mineiro em 49,9% no imóvel de matrícula 61.506 registrado no 1º Ofício de Registro de Imóveis de Belo Horizonte.
2. Autorização para a alienação fiduciária das cotas do Fundo de Investimento Imobiliário – AVM FII, cotista único da Arena MRV, de propriedade do Clube Atlético Mineiro, a serem dadas em garantia de operação bancária de antecipação de recebíveis decorrentes da exploração e venda das propriedades comerciais, com destinação exclusiva de todo o resultado financeiro da construção da Arena MRV.
Dívida e venda do Diamond
No começo deste mês, o clube promoveu a segunda edição do “Galo Business Day”, com as demonstrações financeiras da temporada de 2021, incluindo o detalhamento da dívida (relembre detalhes aqui).
A dívida “onerosa” apresentada pelo Atlético corresponde a R$ 470 milhões, 38% do valor global (R$ 1,184 bilhão). A parcela “onerosa” exige ação imediata e conta com juros, multas e correções em valores altos. Apenas em 2021, R$ 87 milhões de despesas foram gerados em decorrência desse endividamento.
A fim de resolver o problema a curto prazo, o clube considera crucial a venda de 49,9% do Diamond Mall, localizado na região centro-sul de BH. O valor da negociação seria cerca de R$ 363,2 milhões, o que ajudaria no pagamento de grande parte da dívida “onerosa” – cerca de 77% do valor exposto no “Galo Business Day”.
Além disso, o endividamento atleticano também é composto de receita antecipada, PROFUT, parcelamento de impostos e dívida não onerosa. Confira:
Kalil a favor
Ex-presidente e atual conselheiro grande-benemérito do Galo, Alexandre Kalil se encontrou na semana passada com mais membros do Conselho Deliberativo para falar sobre a venda do restante do Diamond Mall, e se mostrou favorável à negociação.
Após a reunião, em conversa com a imprensa em frente à sede de Lourdes, em BH, o pré-candidato ao Governo de Minas disse que o processo está sendo feito da maneira correta para o clube. “Quem tem vontade é quem tá tocando, que tem a responsabilidade de fazer o que é melhor para o Atlético e a forma melhor de fazer. Então eu saio satisfeito, tranquilo. É gente de bem tocando o Atlético do jeito que deve”, opinou.
Mudou de ideia
Também surgiu o questionamento sobre uma possível mudança de pensamento de Kalil sobre a venda do restante do Diamond Mall. Afinal, em 2019, ele havia criticado a pauta por meio de seu Twitter: “Quem pensa que vai vender o restante do shopping para pagar dívida… Esperem eu morrer! Acham que o clube é feito por dementes!”.
“É o seguinte: ou eu mudei de ideia, ou eu morri”, respondeu à imprensa, em tom bem-humorado.