Danilo, da Seleção Brasileira, desafia a alienação no futebol: ‘O mundo não se resume a isso’

danilo jogando futebol
Danilo disse que procura aprender sobre futebol e também sobre questões sociais (Reprodução/@daniluiz2/Instagram)

O jogador Danilo, que atua como lateral no time italiano Juventus e na Seleção Brasileira, também é conhecido por se expressar fora dos gramados. Em entrevista recente, o jogador defendeu mais uma vez a mudança de visão no futebol, que não está à parte da sociedade.

Antes da final da Copa América deste ano, vencida pela Argentina por 1 a 0, o atleta já havia compartilhado um texto com reflexões sobre a realização do evento no Brasil em meio à pandemia.

‘Não mudaria minha opinião’

Em entrevista exclusiva ao portal GOAL Brasil (assista abaixo), Danilo falou sobre diversos assuntos, como a maneira que torcedores, jogadores e imprensa enxergam o esporte, a pandemia de Covid-19 e temas político-sociais no futebol, por exemplo.

Sobre o texto escrito por Danilo na época da competição organizada no Brasil, ele afirmou que sua opinião continuaria a mesma independente do possível título. “Escrevi tudo antes da final. O resultado da final não mudaria minha opinião e a vontade de me expressar daquela maneira”, defendeu.

“Tento não me fechar no mundo do futebol, apesar de ser muito apaixonado, ter quadro tático, dá bobeira, eu tô desenhando esquema tático do nosso time. Acho muito bacana. Mas sou um cara que tento não me fechar no mundo do futebol.”, completou o jogador.

‘Não ser um alienado’

Segundo o atleta mineiro, é importante dar um bom exemplo para os jovens. “Eu procuro ser espelho e exemplo para novas gerações de jogadores, de atletas que estão se formando, de pensar de uma maneira mais generalizada. Dar valor ao que realmente importa”, refletiu. O jogador disse que procura estudar o esporte e a sociedade, bem como as problemáticas que se cruzam.

“Seja no futebol: teoria, estruturação do jogo, sistemas. Seja na vida: tudo o que tem a ver com a realidade de cada pessoa, ser humano, as desigualdades. Temas que estão aí e são muito debatidos hoje: racismo, feminismo, masculinidade, saúde mental. São coisas que procuro aprender, mergulhar mesmo para não ser um alienado que só pensa em futebol, porque o mundo não se resume a isso”, continuou Danilo.

O lateral da Seleção também defendeu o diálogo amplo entre vários setores no futebol e na sociedade. “Temos de seguir por esse caminho: tentar ser uma sociedade futebolística mais empática, unida em todas essas linhas atleta, torcedor e imprensa. Todos que fazem parte do futebol, tentar ser um pouco mais unido. Ter, sim, debates, os debates são importantes. As opiniões divergentes são importantes, mas que seja por crescimento”, afirmou o jogador.

Danilo durante a Copa América 2021 (Instagram/@daniluiz2/Reprodução)

“A partir do momento que as pessoas enxerguem que aqui dentro (seleção brasileira) tem atletas sérios, que enxergam tudo numa globalidade, que não pensam só no próprio umbigo, acho que também pode atentar para as pessoas serem mais empáticas e, a partir daí, melhorar para todo mundo”, concluiu Danilo.

Edição: Giovanna Fávero
Beatriz Kalil Othero[email protected]

Jornalista formada pela UFMG, escreve para o BHAZ desde 2020, e atualmente, é redatora e fotógrafa do Portal. Participou de reportagens premiadas pela CDL/BH em 2021 e 2022, e pela Rede de Rádios Universitárias do Brasil em 2020.

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