Faturamento, despesas e mais: Galo apresenta finanças de 2021 e explica dívida global de R$ 1,18 bilhão

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Balanço financeiro do Atlético foi aprovado pelo Conselho por unanimidade (Bruno Cantini/Atlético)

O Atlético promoveu a segunda edição do “Galo Business Day” na última quinta-feira (5), com as demonstrações financeiras da temporada de 2021, incluindo o detalhamento da dívida. Apesar do superávit de R$ 101,8 milhões, o time ainda deve cerca de R$ 1,184 bilhão no total.

A dívida só atingiu esse valor após redução de mais de R$ 100 milhões em ações feitas entre o final do ano passado e o começo de 2022. Em 2021, o clube havia fechado a temporada com um endividamento de R$ 1,3 bilhão.

O Galo também comunicou que durante a reunião ordinária realizada na noite de ontem (5) no auditório da Sede de Lourdes, o Conselho Deliberativo aprovou o balanço financeiro de 2021 por unanimidade.

Arrecadação

Atual campeão Brasileiro, da Copa do Brasil e das últimas três edições do Mineiro, o Atlético teve R$ 757 milhões de receita total em 2021, sendo R$ 505 milhões de receitas operacionais. O valor representa um recorde na história do time alvinegro.

Cerca de 55% do faturamento do clube veio de direitos transmissão e premiações. O time também recebeu dinheiro por meio de transferência de atletas, Matchday (dia do jogo) e programa de associação da torcida, Galo Na Veia. Veja os detalhes abaixo:

Detalhamento das receitas atleticanas (Reprodução/YouTube/GaloTV)

Custos e despesas

Em 2021, o Atlético teve uma despesa total de R$ 569 milhões, sendo que a maioria desse valor veio do futebol, com 88%. Entre as despesas, R$ 377 milhões representam ações de “desembolso” do caixa. Segundo o Atlético, grande parte desse valor se refere à premiação dos atletas pelos títulos, somada aos acordos históricos com muitos credores feitos em 2020. Confira abaixo:

Detalhamento dos custos e despesas do clube (Reprodução/YouTube/GaloTV)

Dívida

No final de 2020, o Atlético somava uma dívida global de R$ 1,234 bilhão. Um ano depois, o valor subiu para R$ 1,312 bilhão. Na época, após acordos com os credores Ricardo Guimarães e família/Supermercados BH, o endividamento foi reduzido para R$ 1,235 bilhão.

Já no começo de abril de 2022, o clube desistiu do PROFUT e adotou outro parcelamento de dívidas tributárias com a adesão ao PERSE, no dia 27 de abril. Com isso, R$ 51 milhões foram descontados do débito e a dívida atual corresponde a R$ 1,184 bilhão, conforme gráfico explicativo abaixo:

A dívida total do Atlético desde 2020 (Reprodução/YouTube/GaloTV)

Ação imediata

A dívida “onerosa” do Atlético corresponde a RS 470 milhões, 38% do valor global. Essa parcela exige ação imediata e conta com juros, multas e correções em valores altos. Apenas em 2021, R$ 87 milhões de despesas foram gerados em decorrência desse endividamento.

A fim de resolver esse problema a curto prazo, o clube considera como necessária a venda de 49,9% do shopping Diamond Mall, localizado na região centro-sul de BH. O valor da negociação seria cerca de R$ 350 milhões, o que ajudaria no pagamento de grande parte da dívida “onerosa” – cerca de 75% do valor atual.

Além disso, o endividamento atleticano também é composto de receita antecipada, PROFUT, parcelamento de impostos e dívida não onerosa. Confira:

O endividamento do Atlético (Reprodução/YouTube/GaloTV)

Torcida

Nas redes sociais, a torcida opinou sobre a gestão financeira do clube. “Estamos construindo o caminho certo”, comemorou um atleticano. “Pareceu mais um evento de propaganda de gestão do que transparência”, criticou outro. Leia alguns comentários:

Edição: Roberth Costa
Beatriz Kalil Othero[email protected]

Jornalista formada pela UFMG, escreve para o BHAZ desde 2020, e atualmente, é redatora e fotógrafa do Portal. Participou de reportagens premiadas pela CDL/BH em 2021 e 2022, e pela Rede de Rádios Universitárias do Brasil em 2020.

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