Fifa repudia condutas de Brasil e Argentina na partida suspensa em 2021: ‘Mancharam a reputação do futebol’

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Após a interrupção do jogo em setembro, jogadores e técnico Tite conversam com representante da Anvisa (Lucas Figueiredo/CBF)

Segundo a Fifa, tanto a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) quanto a AFA (Associação do Futebol Argentino) “mancharam a reputação da Fifa e do futebol” após a suspensão da partida entre Brasil e Argentina em setembro do ano passado, por problemas sanitários. Segundo a entidade, CBF e AFA foram culpadas “por meio de suas respectivas condutas, que acabaram causando o abandono da partida”.

Datado de 9 de fevereiro deste ano, o documento escrito pelo Comitê Disciplinar da Fifa também defendeu sanções severas por causa da ocorrência. A informação foi divulgada pelo UOL.

‘Caóticas e infelizes’

Ainda de acordo com a entidade máxima do futebol, a necessidade de interrupção da partida na Neo Química Arena pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) gerou momentos “caóticos e infelizes” no gramado. O procedimento urgente da Anvisa aconteceu porque quatro jogadores argentinos descumpriram o protocolo sanitário contra a Covid-19 (relembre mais abaixo).

No texto, o caso foi repudiado pelos membros do comitê da Fifa, Anin Yeboah (Gana), Thomas Hollerer (Áustria) e Yasser Al-Misehal (Arábia Saudita). “O incidente foi transmitido para milhões de telespectadores via televisão e, assim, mancharam as competições [da Fifa] e o futebol. Tais incidentes são totalmente intoleráveis e deploráveis e merecem uma sanção severa para evitar que tais eventos se repitam”, ressaltaram.

Após a interrupção, os jogadores conversaram com Tite (Lucas Figueiredo/CBF)

Punições

Em fevereiro, o Comitê Disciplinar da Fifa concluiu que a suspensão da partida entre Brasil e Argentina foi ocasionada por “várias deficiências das partes envolvidas em relação às suas respectivas responsabilidades e/ou obrigações”. A partida deve acontecer no dia 22 de setembro deste ano, ainda sem estádio estabelecido.

Dessa forma, a CBF foi multada em 500 mil francos suíços, enquanto a AFA foi punida em 200 mil francos suíços. Como resultado do abandono da partida, cada entidade pagará ainda 50 mil francos suíços.

Em maio, as duas entidades recorreram da decisão e as multas foram diminuídas para 250 mil francos suíços (CBF), e 100 mil francos suíços (AFA). Na moeda brasileira, as quantias correspondem a R$ 1,26 milhões e R$ 505 mil, respectivamente. Já as multas menores, de 50 mil francos suíços para cada, continuaram, bem como a remarcação do jogo. CBF e AFA ainda podem recorrer à terceira e última instância.

Além disso, os jogadores argentinos Emiliano Buendía, Emiliano Martínez, Giovani Lo Celso e Cristian Romero foram suspensos por dois jogos cada um.

A partida durou apenas 5 minutos antes de ser interrompida por razões sanitárias (Lucas Figueiredo/CBF)

Relembre a confusão

No dia 5 de setembro de 2021, durou cinco minutos o duelo entre Brasil e Argentina pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo, em São Paulo. A partida foi interrompida pela Anvisa, após quatro jogadores argentinos terem descumprido o protocolo de “regramento sanitário” contra a Covid-19, e suspensa pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol).

Os atletas Emiliano Martínez, Emiliano Buendia, Giovani Lo Celso e Cristian Romero atuam em clubes da Premier League e estiveram no Reino Unido nos últimos dias. No entanto, omitiram tal informação em formulário preenchido. Devido à norma vigente no Brasil, os quatro jogadores da Argentina só poderiam ter entrado no país após 14 dias fora dos locais sob restrição.

A determinação consta em uma portaria vigente na época e nas normas de controle imigratório brasileiro. Os jogadores foram relacionados e três deles chegaram a ser escalados como titulares.

Edição: Roberth Costa
Beatriz Kalil Othero[email protected]

Jornalista formada pela UFMG, escreve para o BHAZ desde 2020, e atualmente, é redatora e fotógrafa do Portal. Participou de reportagens premiadas pela CDL/BH em 2021 e 2022, e pela Rede de Rádios Universitárias do Brasil em 2020.

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