Fernando Pimentel pode ser alvo de CPI na Assembleia Legislativa de Minas

O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), que está sob investigação da Polícia Federal, pode ser alvo também de uma Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Ao menos esse é o desejo de 16 deputados estaduais que assinaram um pedido de abertura da CPI contra o gestor estadual apresentado pelo deputado Sargento Rodrigues (PDT) na terça-feira (31).

Conforme previsto no Regimento Interno da Casa, são necessárias 26 assinaturas para dar prosseguimento ao pedido. Segundo Rodrigues, com base nos inquéritos da Operação Acrônimo, da Polícia Federal, o governador teria cometido crimes de improbidade administrativa, tráfico de influência e lavagem de dinheiro. “Os fatos são gravíssimos e requer uma CPI. O povo de Minas Gerais não pode conviver com um governador acusado de corrupção”, afirmou.

Denúncias

Em pronunciamento no Plenário da ALMG, na última terça-feira, Sargento Rodrigues elencou três pontos nos quais Fernando Pimentel aparece como foco das investigações. Com base nos inquéritos da Polícia Federal, Rodrigues afirmou que Pimentel teria se reunido com seu ex-sócio Otílio Prado, na sede da OPR Consultoria, em 21 de dezembro de 2014 — período em que já estava diplomado como Governador de Minas.

Nos inquéritos da Operação Acrônimo, a Polícia Federal questiona o encontro, uma vez que as contas da OPR Consultoria teriam sido utilizadas para o recebimento de propinas pagas pela montadora de veículos CAOA. Os valores seriam repassados ao Pimentel, conforme denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República.

Já no dia 20 de maio de 2015, ainda de acordo com Rodrigues, Pimentel teria utilizado o telefone pessoal para enviar mensagens ao presidente da CAOA, Carlos Alberto Oliveira de Andrade; e para Benedito Rodrigues (Bené) — preso pela Polícia Federal, em 15 de abril último.

Ainda de acordo com os laudos da investigação, Rodrigues afirma que Pimentel teria feito tratativas para acertar isenções fiscais. “Pimentel já ocupava o cargo de Governador do Estado, utilizando-se da influência que tinha enquanto ministro de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comercio Exterior”, afirma o deputado do PDT.

Posteriormente, no dia 18 de maio, conforme alegam os inquéritos, Pimentel teria se encontrado com Bené, em sua residência no Bairro Jardins, na Zona Sul de São Paulo.

“Em três situações distintas, que aqui os inquéritos da operação deixam claro, não restam dúvidas de que o governador, em pleno exercício do mandato, manteve contatos espúrios — o que, em tese, tipifica crimes de improbidade administrativa, tráfico de influência e outros crimes conexos”, ainda conforme Rodrigues.

Para o líder do bloco governista na ALMG, deputado Rogério Correia (PT), não haveria o que temer sobre a abertura de investigação na Casa. “Investigações a assembleia tem mesmo que fazer. Agora, afastar um governador para abrir processo de investigação seria um golpe”, disse.

Rogério Correia entrou também com pedido de abertura de CPI na ALMG para apuração de corrupção na construção da Cidade das Águas, em Frutal.

Guilherme Scarpellini

Guilherme Scarpellini é redator de política e cidades no Portal BHAZ.

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