Uma fotógrafa de Contagem, na Grande BH, é acusada de aplicar golpes em pelo menos 10 vítimas de Belo Horizonte, Contagem e outras cidades da região metropolitana. A Polícia Civil de Minas Gerais deflagrou uma operação de busca e apreensão na casa dela na manhã desta quinta-feira (12). O prejuízo de calote às vítimas pode chegar a R$150 mil reais.
Durante coletiva de imprensa, a delegada Elyenni Celida, responsável pela investigação detalhou como funcionava o esquema. Os serviços eram contratados para fazer fotos e vídeos antes e no dia da festa. “Eram várias as desculpas depois que o serviço tinha sido realizado ou não realizado. No dia do ensaio fotográfico e pré-festa de debutante, muitas vezes quem comparecia não era a fotógrafa”, explicou.
Muitas vítimas eram atraídas pela quantidade de seguidores nas redes sociais. “Ela era contratada justamente pelo renome, com mais de 120 mil seguidores em apenas uma conta no Instagram. E nas redes sociais ela falava que era palestrante, fotografava em outros países, a exemplo de Paris, Nova Iorque”.
Segundo a delegada, a frustração das vítimas era ainda maior pós ensaios e festas, já que as fotos e vídeos não eram entregues. “As desculpas eram variadas, que ela estava em depressão, que tinha alguém da família que tinha um um problema grave de saúde, que ela havia sofrido um acidente, que o editor não conseguiu tratar o material, ela não poderia entregar assim. Muitas vítimas insistiam e imploravam que ela entregasse o material ainda que não fosse tratado”.
Muitas vítimas registraram boletim de ocorrência ou entraram com uma ação na justiça. Segundo a Polícia Civil, não tem informações sobre o ressarcimento do valor, mas para a delegada, o prejuízo maior é o emocional das vítimas. “O prejuízo emocional às debutantes e aos familiares foi e continua sendo imenso. Uma das vítimas narra que foi a última lembrança da adolescente com avô. Outra vítima narra que eles não tinham a menor condições de fazer uma festa de 15 anos, mas que a adolescente estava muito depressiva e a família e amigos fizeram uma vaquinha para bancar”.
Além da fotógrafa, a PC fez busca e apreensão na casa do editor de vídeo dela. Os dois e a secretária da mulher são investigados da polícia. “A secretária ou auxiliar de escritório, como ela denominava nas mensagens para as vítimas, era é prima dessa fotógrafa, e a gente acredita que acobertava também a história, sempre que ela relatava uma coisa, ela acobertava”.
Durante operação, a mulher não estava em casa. Parentes disseram que não sabiam onde ela estava e que não poderiam fazer contato com a fotógrafa. Ainda segundo a PC, a suspeita saiu da própria residência depois que descobriu que estava sendo procurada e também citada pela Justiça Cível. Mesmo assim a polícia conseguiu apreender materiais como HD e um celular. A PC acredita que após a repercussão do caso ela deva se entregar à polícia.