VÍDEO: Após morte de idoso, garota de programa é presa por dopar e roubar clientes na Grande BH

05/05/2025 às 14h00
Após morte de idoso, garota de programa é presa por dopar e roubar clientes na Grande BH
. A investigação aponta que ela atuava com um comparsa, de 30 anos, seu ex-companheiro, que também foi detido. (Divulgação/PCMG)

Uma mulher, de 26 anos, foi presa pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), na última quarta-feira (30), suspeita de dopar homens para roubar contas bancárias e bens pessoais durante encontros marcados por aplicativos. A investigação aponta que ela atuava com um comparsa, de 30 anos, seu ex-companheiro, que também foi detido.

Ao menos quatro casos foram identificados na Grande BH, com prejuízos que ultrapassam R$ 200 mil. Em um deles, a vítima, um idoso de 75 anos, morreu após passar mais de 30 dias em coma.

A investigação começou em janeiro de 2025, após a internação do idoso, que foi encontrado em casa pelos filhos dois dias após desaparecer. Ele morreu em 28 de março por falência múltipla de órgãos causada pelo uso excessivo de medicamentos.

Segundo o delegado Gustavo Barletta, a mulher dopava as vítimas com substâncias ainda não identificadas, mas há indícios de clonazepam. “Em um dos casos, a vítima encontrou um frasco da substância em casa e nos relatou nunca ter feito uso do medicamento”, afirmou.

Os crimes seguiam um padrão: a mulher abordava homens, geralmente idosos, em bares ou por aplicativos, oferecia um programa sexual e, durante o encontro, aplicava o chamado “boa noite Cinderela”.

Assim que os homens perdiam a consciência, ela acessava celulares e realizava transferências via Pix, além de furtar objetos de valor das casas deles.

Veja imagens da suspeita saindo da casa de uma das vítimas:

Crimes começaram no ano passado

O primeiro caso ocorreu em setembro de 2024, em Santa Luzia, na Grande BH. A vítima de 57 anos desmaiou após ingerir uma bebida oferecida pela mulher. Ele acordou cerca de seis horas depois com um prejuízo de R$ 15 mil.

Em outubro, outro homem, de 67 anos, foi dopado em casa, após um encontro iniciado em um bar de Belo Horizonte. Ele teve R$ 60 mil roubados, incluindo joias.

No final de dezembro, um homem do bairro Serrano, na região da Pampulha, também em BH, ficou desacordado por três dias e foi encontrado com um corte profundo na cabeça. Ele perdeu R$ 80 mil.

“A polícia trabalha com a hipótese de dolo eventual, já que a mulher ao menos assumia o risco de matar ao ministrar altas doses de medicamentos”, comentou o delegado.

A dupla foi presa preventivamente no dia 30 de abril, no bairro Palmital, em Santa Luzia. Eles haviam gasto R$ 20 mil em um fim de semana no Rio de Janeiro, utilizando o dinheiro das vítimas. O homem já possui passagens por tráfico de drogas. Já a mulher, que não tinha antecedentes, negou os crimes. Ela admitiu os encontros, mas disse que os homens não conseguiam manter relações sexuais por causa do álcool e, assim, ela se sentia no direito de fazer as transferências e pegar objetos para pagar pelo serviço prestado. A suspeita alegou, ainda, que os próprios clientes passavam as senhas bancárias para ela.

Segundo o delegado Barletta, as provas contra a mulher incluem imagens de câmeras de segurança, transações bancárias e o reconhecimento feito por duas das vítimas. O suposto comparsa estaria recebendo as transferências para ela.

A reportagem tenta contato com a defesa dos presos. Segundo Bartella, eles podem responder por um latrocínio consumado e outros três tentados.

A Polícia Civil pede que outros possíveis lesados entrem em contato com o Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), na Av. Amazonas, 7025, bairro Gameleira, na região Oeste de Belo Horizonte.

Pablo Nascimento

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