A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu que o feminicídio de Miqueias Nunes de Oliveira, de 33 anos, cometido pelo ex-companheiro, de 42 anos, foi premeditado. O caso aconteceu em 10 de março na clínica de estética onde a vítima trabalhava, localizada no bairro Várzea, em Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O suspeito foi encontrado ferido ao lado do corpo da vítima.
Renê Teixeira foi preso em flagrante e, posteriormente, teve a prisão convertida para preventiva. Após tentar contra a própria vida, ele precisou ser internado sob escolta policial no Hospital Municipal de Contagem, na Grande BH. O homem, ao cortar o pulso, atingiu alguns tendões e aguarda uma cirurgia.
Conforme as investigações, assim que os policiais chegaram ao local, encontraram Miqueias, conhecida como Kéia, já sem vida e com diversos ferimentos no corpo. Enquanto aguardava o socorro, Renê afirmou que foi casado com a vítima por cerca de cinco anos e não aceitava o fim do relacionamento, que havia terminado quatro meses antes do crime. Além disso, ele descobriu que a ex-mulher estava conhecendo uma nova pessoa.
“O suspeito informou que, durante a separação, procurava insistentemente a vítima, com intuito de reatar. Ele mandava flores, a pressionava de todas as formas, mas ela estava decidida a seguir a vida, a começar uma nova vida. Inclusive, nós apuramos que a mulher estava conhecendo um rapaz e iniciando um novo relacionamento, e isso teria chegado ao conhecimento dele”, disse Welington Faria, delegado responsável pelo caso.
Câmeras de segurança mostram momento do crime
Segundo a PCMG, ao saber que a ex-mulher não retomaria o relacionamento, Renê compareceu à clínica da vítima armado com um canivete para conversar a respeito da separação de bens. Durante a conversa, o suspeito afirmou que sabia que ela estava saindo com outra pessoa e iniciou a discussão. Em seguida, ele a golpeou com o canivete.
As imagens das câmeras de segurança do local também registraram o momento em que o homem aguardava a vítima no hall e discutia com ela. No momento em que o crime ocorreu, havia duas testemunhas presentes: uma cliente de Miqueias e uma funcionária da clínica. “Ele não se preocupou com isso. Ele esfaqueou a vítima na presença dessas testemunhas”, disse o delegado.
As duas correram para fora e uma delas foi até a delegacia para informar o policial civil sobre o ocorrido, enquanto a outra trancou o portão, deixando Renê preso no local. “Nas imagens das câmeras é possível observar que ele tentou deixar a clínica ainda com o canivete nas mãos e com a roupa suja de sangue da vítima, mas não conseguiu. A partir disso, o suspeito se autolesiona e é surpreendido pela polícia”, contou Welington Faria.
Além disso, uma arma de fogo foi encontrada na antiga residência do casal, a qual teria sido utilizada para cometer o crime. “O crime foi premeditado, o objetivo dele era atrair Miqueias até o apartamento e matá-la com essa arma. Ele alega que se mataria em seguida, mas, as imagens mostram que, após o crime, ele iria fugir. Se o assassinato ocorre no apartamento, o suspeito faria o mesmo, tanto que comprou uma arma ilegal, rapada. Ele não queria deixar rastros”, informou. Segundo a PCMG, testemunhas afirmaram que, desde a separação, ele pensava em atentar contra a própria vida.
Miqueias e Renê não moravam juntos desde o fim do relacionamento. A vítima teria passado alguns dias na casa da irmã, também em Ibirité, e costumava ficar no apartamento do casal enquanto ele não estava, pois ele era caminhoneiro e ficava de 20 a 30 dias fora. Segundo a PCMG, já havia um acordo entre eles para financiar outro imóvel, sendo que um ficaria para Miqueias e o outro para Renê.
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