Adolescente alérgica a água desabafa: ‘Parece gasolina me incendiando’

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Sadie Tessmer descobriu condição rara há quatro meses (Reprodução/Independent UK)

Uma adolescente de 14 anos foi diagnosticada com urticária aquagênica após ficar com a pele muito vermelha e desmaiar várias vezes ao sair do banho.

Ao Independent UK, a norte-americana Sadie Tessmer disse que foi diagnosticada com a doença há quatro meses. “Sempre tenho uma reação quando tomo banho, lavo as mãos, ou até mesmo quando choro ou suo”.

“Dói tanto que começo a chorar e isso piora porque sou alérgica às minhas próprias lágrimas, o que me estressa”, explica.

A condição foi notada pela primeira vez depois que Tessmer saiu do banho um dia. Sua mãe, que assumiu que sua filha fez a água muito quente, brincou que ela devia ser alérgica a tomar banho.

‘É aterrorizante’

“Às vezes, parece que alguém está derramando gasolina no meu corpo e me incendiando, é horrível. Tento evitar água no rosto ou no pescoço porque não quero entrar em choque anafilático. Eu tenho EpiPens (adrenalina auto injetável), mas é aterrorizante”, continua.

Segundo a publicação, a condição rara afeta cerca de 50 a 100 pessoas no mundo. Tessmer afirmou que começou a reagir mal à água em meados de 2021 e que levou quase um ano inteiro para obter um diagnóstico adequado.

A adolescente disse que “não parecia real” que alguém pudesse ser alérgico à água. “Se alguém me dissesse que sim, eu pensaria que estava mentindo”, disse ela.

Impacto na vida

Tessmer disse que a doença teve um impacto profundo em sua saúde mental e em seus amigos. “Eu estava preocupada com as coisas que poderia fazer na minha vida, coisas como minha carreira e até a escola”.

“Fiquei bastante deprimida por alguns meses por causa disso, e fico muito chateada quando as pessoas me perguntam se quero ir à praia. Eu continuo pensando que minha vida acabou”.

“Eu queria estar no exército a minha vida inteira e descobri que não posso mais fazer isso porque não posso me exercitar, o que foi devastador”, acrescentou.

Na tentativa de minimizar o efeito da doença, a mãe de Tessmer passou a educar a filha em casa para que ela evite a transpiração por meio de atividade física.

Não há cura

Tessmer disse que sempre gostou de jogar futebol e nadar, mas não pode fazer isso agora devido ao diagnóstico. Apesar da dor, ela ainda consegue consumir líquidos desde que use um canudo para que a água não toque sua pele.

Sua mãe, Amber, disse que foi “desolador como mãe saber que não há nada que você possa fazer. Ela sai do chuveiro vermelha e chorando, e eu tenho que tentar não chorar ou ela vai chorar ainda mais”.

“Espero que mais pesquisas sejam feitas, apenas para garantir que ela possa viver uma vida plena, fazendo todas as coisas que quiser”, completou.

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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