A Nasa (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos EUA) divulgou o som de um buraco negro no centro do aglomerado de galáxias de Perseu, nessa quarta-feira (5). O áudio foi obtido no observatório de raios-X Chandra, após a tradução de dados astronômicos de pesquisas realizadas desde 2003.
De acordo com a agência espacial, astrônomos descobriram que as ondas de pressão enviadas pelo buraco negro causavam ondulações no gás quente do aglomerado que poderiam traduzir-se em uma nota sonora. Esse som, porém, não pode ser ouvido por seres humanos. Esta nova sonificação, ou seja, a tradução de dados astronômicos em som, está sendo lançada para a Semana do Buraco Negro da NASA este ano.
Para extrair o som do buraco negro, as ondas sonoras foram coletadas em direções que indicavam para fora do centro. Os sinais foram, então, sintetizados novamente no alcance da audição humana, 57 e 58 oitavas acima do tom verdadeiro.
No vídeo publicado pela Nasa no Youtube, as cores azul e roxa indicam as ondas sonoras sendo captadas de forma radial.
Som no espaço
A agência ainda explica de onde vem o senso comum de que não há som no espaço. Os pesquisadores da Nasa alertam que tal afirmação é um equívoco. Apesar de grande parte do espaço não propagar som, por encontrar-se no vácuo, um aglomerado de galáxias possui grandes quantidades de gás que envolvem as centenas ou mesmo milhares de galáxias dentro dele, fornecendo um meio para as ondas sonoras viajarem.
Outra maneira de tornar o som do buraco negro audível a seres humanos é colocar o som 144 quatrilhões e 288 quatrilhões de vezes mais alto que sua frequência original. (Para nível de comparação, um quatrilhão é 1.000.000.000.000.000.)