O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais continua prestando serviços em Moçambique, após a passagem do Ciclone Idai que teve ventos com mais de 170km/h e deixou um rastro de destruição pelo país. Nas redes sociais da corporação estão sendo compartilhadas imagens que mostram o apoio dos profissionais mineiros prestado às vítimas. Nesta sexta-feira (5), completam cinco dias da Operação Moçambique dos militares mineiros no país africano.
A passagem do ciclone fez com que a população local tivesse um surto de cólera e diarreias, além de malária. O calor acima de 38ºC é outro fator dificultador na realização dos serviços, mas nada que impeça o trabalho dos bombeiros.
De acordo com o capitão Kléber Castro, que está no local, uma barra de proteína e água pura são um alento para os afetados pelo desastre. Além disso, na chamada fase de impacto secundário, a construção de barracas e a orientação de como utilizá-las, considerando cuidados como espaçamento entre elas, uso correto do fogo, instalação de latrinas são de extrema importância para essas pessoas que se encontram desamparadas. “Tentamos fazer o máximo possível pelo maior número de pessoas”, diz.
Na última quarta-feira (3), o capitão Leonard Farah se deslocou com alguns militares para realizar a desobstrução de vias. “É uma função extremamente importante, pois o helicóptero consegue transportar pouca carga por viagem. Basicamente, a aeronave auxilia no envio de comida e remédios, mas o transporte de carga pesada só pode ser realizado pelas rodovias”, relata ele.
“Tarefas simples que executamos aqui com facilidade são grandes desafios para quem tem muito pouco”, descreve capitão Kleber, citando atividades como corte de árvores e liberação de vias: “Na área afetada não há motosserra, não há talha. Não há conhecimento técnico para cortar árvore de maneira rápida. Os moradores da comunidade estão cortando árvores com pedra lascada. O machado não tem cunha e eles o seguram com a mão. Perguntamos a eles se teriam algum tipo de madeira para fazer um machado tradicional, mas ficaram com medo do mesmo se desprender e acabar ferindo alguém. A utilização de motosserra de maneira veloz e hábil surpreendeu crianças e adultos que não conheciam o equipamento”, conta. comentou o militar.
A abertura de vias possibilita que pessoas doentes saiam dos municípios devastados para se dirigirem às cidades polo, como é o caso de Beira, para que tenham um atendimento médico adequado. Segundo relatos dos militares, uma mulher grávida, em sua rota para Beira, foi obrigada atravessar um rio caminhando e, ainda, dependeu do apoio de outras pessoas que a ajudaram a atravessar a sua motocicleta sobre o rio, elevando-a sobre a superfície d’água. Essa situação acontece pelo fato de não existirem mais pontes que permitam um fluxo normal.
Hoje, a previsão das atividades é a montagem de mais tendas, além da desobstrução de vias e transporte de mantimentos. São tarefas cruciais na promoção das ações de Defesa Civil, em cumprimento à lei nacional 12.608/12, reforçando o compromisso do CBMMG em diminuir o sofrimento das pessoas.
Barracas provisórias foram montadas para que as pessoas se abriguem e os militares mineiros diariamente informam os procedimentos de segurança que a população local deve adotar nas atividades cotidianas, principalmente o uso correto do fogo.
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Água potável
Devido ao alagamento em diversas cidades, os bombeiros estão transportando óleo diesel de botes até uma estação de bombeamento de água. Com isso, ela se tornará potável para a população.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, outras alternativas foram utilizadas com o objetivo de levar o combustível até a estação, porém sem sucesso. “Helicópteros da Marinha tentaram içar e lançar os tonéis [de óleo diesel na água próximo ao local, mas também não foi efetivo”, postaram.
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Nos comentários das publicações, internautas destacam o empenho dos bombeiros mineiros em Moçambique. “Vocês são verdadeiros heróis”, “Que força, que determinação, que garra. Anjos de Deus”, postaram alguns.
Vinte militares do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais e que atuaram na tragédia socioambiental da mineradora Vale, em Brumadinho, na Grande BH, estão na Operação África e a previsão é que fiquem por lá nos próximos 15 dias.
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Com informações do CBMMG