Coreia do Norte executou 7 pessoas pelo consumo de música K-Pop e famílias foram obrigadas a assistir

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A banda Blackpink é uma das mais famosas do K-Pop mundial (Reprodução/@blackpinkofficial/Instagram)

A organização de direitos humanos Transitional Justice Working Group revelou que, desde 2011, 27 sentenças de morte foram decretadas na Coreia do Norte. Dentre esse número, sete são relativas a “assistir e distribuir” entretenimento procedente da Coreia do Sul, como o K-Pop, prática estritamente proibida pelo líder supremo norte-coreano Kim Jong-Un.

Entrevistas com quase 700 desertores revelaram que seis dentre as sete execuções foram realizadas na cidade de Hyesan, entre 2012 e 2014. A localidade fica na fronteira com a China e se tornou o ponto favorito de contrabandistas, incluindo aqueles que importam conteúdo ilegal.

Como resultado, o palpite é que muitos revides contra influências estrangeiras estão concentrados na área. Membros públicos são forçados a assistir às execuções – incluindo a família das vítimas – para servir como alerta contra o consumo de entretenimento como o K-Pop.

Regras para a execução pública

O relatório diz: “Entrevistados afirmaram frequentemente que as regras para a execução pública demandam que três atiradores disparem o total de nove balas no corpo da pessoa condenada”. “As famílias das pessoas executadas eram frequentemente forçadas a assistir ao ato”, continuava o documento.

Um desertor ainda afirmou ao grupo que “mesmo quando havia fluido vazando do cérebro da pessoa condenada, residentes locais continuavam em fila para olhar a cena, como uma mensagem de aviso”.

No mês passado, a Radio Free Asia, estação governamental financiada pelos Estados Unidos, reportou que a Coreia do Norte sentenciou um homem a morte – com um pelotão de fuzilamento – por contrabandear e levar a território norte-coreano o sucesso da Netflix “Round 6“.

Proibição ao entretenimento sul-coreano

Com a crescente popularidade de produtos midiáticos sul-coreanos, a Coreia do Norte proibiu o consumo de novelas de K-drama e músicas de K-Pop. O ditador Kim Jong-Un chegou a definir o gênero como um “câncer vicioso”, banindo a prática de todo o território norte-coreano.

Segundo Consequence of Sound e The New York Times, ele decidiu aumentar a pena, que anteriormente era de no máximo 5 anos, a até 15 anos de trabalho forçado para quem é flagrado consumindo qualquer tipo de entretenimento da Coreia do Sul.

Edição: Vitor Fernandes
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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