O ex-premiê japonês Shinzo Abe foi assassinado nesta sexta-feira (8) durante um comício na cidade de Nara, perto de Quioto. O evento ocorria antes das eleições para o Senado do Japão, que deve ocorrer no domingo (10). Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu. A morte de Shinzo choca o país, já que por lá as armas de fogo são estritamente regulamentadas e também existem raros relatos de violência política. O presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros líderes lamentam o assassinato de Shinzo.
De acordo com a imprensa japonesa, a última vez que um ex-primeiro-ministro foi morto foi há quase 90 anos. No ataque de hoje, Shinzo discursava em apoio a Kei Sato, membro da Câmara Alta do Parlamento. Sato concorre à reeleição como representante da cidade de Nara.
Ainda segundo as autoridades, um suspeito de cometer o ataque contra Shinzo foi detido e identificado como Tetsuya Yamagami. Ele teria usado uma arma de fogo artesanal e é ex-membro das Forças Armadas japonesas. Ainda não se sabe o que levou a cometer o crime.
Shinzo Abe tinha 67 anos e foi premiê do Japão de 2006 a 2007 e, mais tarde, de 2012 a 2020. Foi ainda o líder japonês com maior longevidade no cargo.
“Estou incrivelmente chocada”, disse a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, em entrevista antes do anúncio da morte de Abe. “Não importa o motivo, um ato tão hediondo é absolutamente imperdoável. É uma afronta à democracia”, completou.
No Japão, cidadãos particulares não podem ter armas e caçados licenciados podem ter apenas rifles. Os proprietários de revólveres devem passar por intenso processo, que envolve assistir aulas, fazer testes escritos, além de passar por avaliações de saúde mental e verificação de antecedentes.
“Recebo com extrema indignação e pesar a notícia da morte de @AbeShinzo, líder brilhante e que foi um grande amigo do Brasil. Estendo à família de Abe, bem como aos nossos irmãos japoneses, a minha solidariedade e o desejo de que Deus cuide de suas almas neste momento de dor” , escreveu Bolsonaro no Twitter.
“Como sinal de nosso respeito ao povo japonês, de reconhecimento pela amizade de Shinzo Abe com Brasil e de solidariedade diante de uma crueldade injustificável, decretei luto oficial em todo o país durante 3 dias. Que seu assassinato seja punido com rigor. Estamos com o Japão”, twitou em seguida Bolsonaro.