Homem que forjou a própria morte para fugir da Justiça é encontrado com Covid em hospital

Homem forjou a própria morte
Médicos escoceses reconheram o fugitivo e acionaram as autoridades (Reprodução/Bob Breidenbach/Usa Today Network)

Um foragido dado como morto em virtude de um câncer foi encontrado internado em um hospital com Covid-19, nessa quinta-feira (13). O norte-americano Nicholas Alahverdian, 34 anos, forjou a própria morte em 2020 para fugir da Justiça após ser acusado e condenado por estupro no estado de Utah (EUA). Ele foi localizado em um hospital da Escócia.

Segundo o Providence Journal, o foragido, que usava o nome falso Arthur Knight, estava hospitalizado em Glasgow, no Hospital Universitário Queen Elizabeth. Em certo ponto, o novo coronavírus fez com que o homem precisasse de um ventilador para respirar. Foi então que os médicos incumbidos de seu tratamento o reconheceram e avisaram as autoridades.

Investigadores contam, ainda, que a identidade do homem foi desvendada com a ajuda de fotografias, impressões digitais e uma amostra de DNA, materiais fornecidos à Interpol.

Homem teria ‘morrido’ de câncer

Tudo começou quando, em 2008, o norte-americano foi acusado por um episódio de agressão sexual em Ohio (EUA). Em 2017, seu DNA entrou no banco de dados e, um ano depois, a polícia analisou uma amostra para comprovar o envolvimento nos crimes. Há evidências de que Nicholas tenha cometido fraude e outros delitos em ao menos dois estados americanos.

Para fugir de um destino atrás das grades, Alahverdian deixou os Estados Unidos em 2018 e fingiu ter morrido em decorrência de um câncer dois anos depois. A informação foi publicada em um obituário de um site em fevereiro de 2020 mas, ainda assim, a polícia não acreditou completamente no falecimento do agressor.

Detido na Escócia

Depois que as autoridades foram acionadas, Alahverdian foi preso ontem (13), “em conexão com um mandato de prisão internacional”, de acordo com a polícia escocesa. Ele chegou a atender a uma audiência realizada de forma virtual no hospital em que foi internado, no dia 23 do mês passado, a fim de responder ao processo de extradição. No fim das contas, foi levado sob custódia.

Segundo o New York Times, os promotores dizem que o crime envolveu agressão sexual a uma mulher que o investigado conheceu na plataforma MySpace, no ano de 2008. A acusação foi apresentada sete meses depois que ele forjou a própria morte, afirmou David O. Leavitt, promotor-chefe do condado de Utah. “Nós não temos o costume de acusar pessoas mortas”, completou a autoridade.

Leavitt ainda disse que o DNA do homem que forjou a própria morte correspondia ao material genético que encontraram na vítima. No entanto, o “kit de estupro”, como muitos outros que ficavam na prateleira do condado, não era analisado há muito tempo. Após ser eleito como procurador do local em 2018, ele ordenou que as evidências de DNA de inúmeros kits fossem inseridas em um banco de dados e devidamente registradas.

Suspeito usou diversos pseudônimos

Investigadores responsáveis revelaram que o acusado usou mais de um nome falso, incluindo Nicholas Rossi e, em 2008, foi condenado com esse pseudômino. De acordo com as autoridades, Alahverdian foi denunciado por mais uma violência sexual. Outros nomes usados por ele eram Nicholas Alahverdian-Rossi, Nick Alan, Nicholas Brown e Arthur Brown.

Depois que forjou a própria morte, o homem deixou uma mensagem dizendo que seus “restos mortais foram cremados com suas cinzas espalhadas no mar”. O procurador de Utah agradeceu à polícia por encontrar o fugitivo tantos anos depois. Apesar disso, ainda não há prazo definido para a extradição de Alahverdian aos Estados Unidos.

Edição: Giovanna Fávero
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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