Herdeira austríaca vai rejeitar 90% da herança da avó bilionária: ‘Loteria do nascimento’

Marlene Engelhorn
Marlene Engelhorn é descendente do fundador da empresa química BASF (Reprodução/Jung e Naiv/YouTube)

A decisão de uma herdeira austríaca de abrir mão de 90% de uma herança da avó bilionária voltou a repercutir nas redes sociais nos últimos dias. Marlene Engelhorn, descendente do fundador da empresa química BASF, declarou no ano passado que considera a escolha uma “decisão de justiça”.

A jovem, hoje com 30 anos, tomou a decisão depois que a avó dela, Traudl Engelhorn-Vechiatto, de 95 anos, revelou os planos de distribuição da herança. A mulher é viúva de Peter Engelhorn, bisneto do fundador da BASF e sócio do grupo alemão Boehringer-Mannheim.

De acordo com a Forbes, o patrimônio da idosa é de 4,2 bilhões de dólares, o que corresponde a cerca de R$ 21,5 bilhões. E segundo o jornal austríaco Der Standard, a parcela que a herdeira vai receber da avó corresponde a “dois dígitos em milhões” de dólares.

‘Questão de justiça’

Ao jornal, Marlene Engelhorn, que faz parte do grupo “Milionários pela Humanidade”, justificou a escolha em maio do ano passado.

“Na minha opinião, isso não é uma questão de vontade, mas uma questão de justiça. Não fiz nada por este legado. Isso é pura sorte na loteria do nascimento e pura coincidência”, diz a herdeira. Ela diz que, quando recebeu o anúncio de que receberia parte da fortuna, não se sentiu realmente feliz.

“O 1% mais rico das famílias austríacas possui quase 40% de todos os ativos. Nas nossas sociedades, a riqueza individual está estruturalmente ligada à pobreza coletiva”, completa.

Engelhorn ainda diz que a avó deu a ela uma enorme liberdade para lidar com a herança. “Não trabalhei um dia pelo dinheiro e não pago um centavo de imposto para receber isto. Sou representante de muitos outros na minha situação que não querem se tornar públicos, mas de quem recebo muito incentivo”, defende.

A jovem diz que vive de forma confortável e argumenta que, se a riqueza fosse distribuída de forma justa, “não haveria pessoas ‘excessivamente ricas’ que escondem sistematicamente parte de sua própria identidade”.

Edição: Roberth Costa
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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