Holanda tem dia de caos após toque de recolher contra Covid-19

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Manifestações gerou vandalismo e confrontos com a polícia (Reprodução/Redes Sociais)

Veículos incendiados, lojas saqueadas e apedrejadas. Manifestações com confronto com a polícia se alastraram pelos Países Baixos ontem (24), depois do início do toque de recolher um dia antes, no sábado (23), decretado pelo governo holandês, como forma de conter o avanço da Covid-19. O país está especialmente preocupado com a variante mais infecciosa do vírus identificada pela primeira vez na Grã-Bretanha.

Manifestações em Amsterdã, capital da Holanda; Haia, sede do governo; Eindhoven, uma das maiores cidade do país; e em pelo menos mais outras sete cidades causaram conflitos com a polícia, centenas de prisões, e chocaram as autoridades. Os manifestantes se revoltavam contra o toque de recolher, o primeiro desde a Segunda Guerra Mundial, determinado pelo governo holandês e aprovado pelo parlamento, que teve início no dia anterior (23).

Com as novas medidas de combate ao novo coronavírus, os holandeses estavam proibidos de sair de casa no período da noite, entre 21h e 4h30 da manhã seguinte, até o dia 10 de fevereiro. Apenas saídas a trabalho, para pessoas em necessidade urgente de atendimento ou que precisam fornecer esse atendimento, ou para passeios com o cachorro, estão permitidas.

Nos vídeos abaixo, é possível identificar os “corona hooligans”, apelido dado pelo presidente da associação regional de segurança, Hubert Bruls, descumprindo o toque de recolher na noite desse domingo (24) e chutando um carro da polícia até conseguir capotá-lo. Um dos manifestantes ainda sobe em cima do veículo depois do tombamento e todos os homens em volta comemoram.

Além disso, uma loja em Eindhoven, de uma das redes de supermercado mais famosas do país, Jumbo, aparece destruída, saqueada, e apedrejada. Na cidade sede do governo, manifestantes acenderam fogos de artifício e incendiaram as ruas, com carros ainda passando no local. Veja vídeos abaixo:

Coronavírus

O governo está especialmente preocupado com a nova variante do novo coronavírus, que foi registrada pela primeira vez no Reino Unido. A mutação mais infecciosa do vírus agora é responsável por um em cada dez casos no país, mas, de acordo com o ministro da Saúde, Hugo de Jonge, o número terá subido para cinco até fevereiro. Todos os voos da Grã-Bretanha, África do Sul e América do Sul estão suspensos.

Foi determinado que todos os que estiverem fora depois das 21h devem preencher e portar um formulário explicando o porquê, do contrário, serão multados em 95 euros (R$ 630, aproximadamente, na cotação atual). Fazer uma declaração falsa será considerado crime. Até mesmo os trabalhadores devem portar uma declaração assinada pelo empregador, e isso inclui os entregadores de refeições e aplicativo.

Além disso, as famílias não devem ter mais do que um hóspede com mais de 13 anos em casa em qualquer período de 24 horas. No máximo duas pessoas de diferentes famílias podem se reunir ao ar livre. Locais de culto, como igrejas, mesquitas e sinagogas, permanecem abertas, mas o tamanho máximo de um velório foi reduzido de 100 para 50 pessoas.

Crise

Esses protestos estão acontecendo em meio a uma crise no governo holandês. O primeiro-ministro, Mark Rutte, renunciou no dia 15 de janeiro, depois de um escândalo no qual milhares de famílias, principalmente de imigrantes, foram injustamente acusadas pelo governo de fraude relacionada a benefícios sociais.

O premiê estava no poder desde 2010 e vai continuar no cargo até as eleições parlamentares, marcadas para 17 de março. O gabinete permanece exercendo suas funções de forma interina, a fim de supervisionar a resposta à crise da Covid-19. O governo já estava enfraquecido depois que a Holanda, por erros de organização, tornou-se o último país da União Europeia a iniciar a vacinação contra a Covid-19, no dia 6 de janeiro.

No último boletim do governo, 30 pessoas tinham morrido no país de Covid-19 nas últimas 24 horas. No total, mais de 13,5 mil pessoas morreram pela doença e os casos chegaram a 949 mil. A Holanda tem pouco mais de 17 milhões de habitantes, menos que o estado de Minas Gerais, que tem uma população superior a 20 milhões de pessoas.

Edição: Thiago Ricci

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