Hospitais da cidade de Louisville, nos Estados Unidos, são suspeitos de expulsar pacientes que não têm condições de pagar os tratamentos médicos. Reportagem especial conduzida pelo jornal local WAVE desde dezembro revela que essa prática tem se tornado cada vez mais comum.
A investigação teve início depois que um funcionário do Hospital Universitário da cidade denunciou que a segurança tinha empurrado uma mulher idosa para a rua e largado ela, em uma cadeira de rodas, no meio da calçada.
Minutos depois, a idosa foi flagrada por jornalistas usando uma roupa suja do hospital e respirando com dificuldade debaixo de um cobertor colocado sobre ela em meio a um calor de 36ºC.
Em conversa com o jornal, o paciente Matthew Hauber e a mãe dele, Linda Hauber, disse ter procurado o hospital após sofrer um acidente, mas que a instituição “o abandonou”.
“Eu quebrei completamente meu quadril e pélvis. Eu tenho uns 30 parafusos.Eles disseram que não podemos encontrar uma reabilitação agora”, declarou.
A mãe disse que enquanto o filho estava internado chegou a realizar uma teleconferência com a equipe do hospital e que a assistência social disse que o conduziria para um abrigo. No dia seguinte, contudo, ele foi deixado na rua no meio da chuva.
“Eu pensei ‘Eles largaram meu filho…’ meu lixo eu tenho que jogar no meio-fio, foi assim que eles largaram meu filho. Como lixo”, declarou ela.
O que diz o hospital?
Em contato com o jornal, o Hospital Universitário declarou que “é doloroso para a equipe médica” o fato de que, frequentemente, acontecem situações “em que os pacientes precisam de assistência além dos cuidados médicos”.
“Como o hospital da rede de segurança da comunidade, os desafios são ainda mais agudos ao fornecer cuidados de saúde à população desabrigada da região metropolitana de Louisville. Como prestador de cuidados de saúde, tratamos condições médicas, mas alguns de nossos pacientes precisam de muito mais”, informou a instituição.
O hospital alega, ainda, que a equipe oferece recursos adicionais para que os pacientes possam arcar com moradia, transporte e cuidados contínuos. “Faz parte da formação deles e das nossas expectativas. No entanto, os recursos da comunidade são limitados e, mesmo quando disponíveis, muitos indivíduos que podem se beneficiar desses recursos ainda se recusam a receber assistência”, diz a nota.
