Nascida na pandemia, garotinha de 2 anos tem alta após passar a vida inteira hospitalizada

menina de dois anos alta hospital
Addy Smith ficou internada em dois hospitais desde que nasceu, em dezembro de 2019 (Acervo pessoal)

Uma garotinha levou alegria a sua família em San Diego, na California (EUA), após ter passado os dois primeiros anos de vida vivendo em hospitais. Addy Smith voltou para casa com os pais e o irmão mais novo no último dia 5, após 848 dias de tratamento em dois centros médicos. As informações são do Good Morning America.

Addy nasceu em dezembro de 2019, por meio de uma cesariana, logo quando a pandemia de Covid-19 tinha início no mundo. A menina veio ao mundo com 27 semanas e quatro dias em um hospital de San Diego, onde foi acompanhada em seus primeiros momentos. De acordo com os pais, Aliesha e Chris Smith, ela era pequena para a idade e foi diagnosticada com restrição do crescimento uterino quando ainda estava no útero da mãe.

No Sharp Mary Birch, especializado em recém-nascidos, Addy recebeu ajuda de máquinas respiratórias, como ventilador, devido aos pulmões subdesenvolvidos. Ela parecia estar fazendo progresso, mas com três meses de vida apresentou uma piora significativa. Sem conseguir respirar, os médicos acharam que ela não sobreviveria.

Os impactos da pandemia

Após uma hora trabalhando para ressuscitar Addy, a equipe médica decidiu que o melhor caminho seria transferi-la para o Hospital Rady Children’s. Lá, foi internada em março de 2020, quando a pandemia do novo coronavírus foi decretada mundialmente. Em virtude do isolamento social, somente um dos pais podia ficar ao lado da cama dela. Assim, o casal precisou se adaptar para “revezar” as visitas.

“O estado dela era tão crítico que um amigo nos deixou usar o trailer dele. Estacionamos na rua e era lá que um de nós ficava quando o outro estava no quarto com ela”, disse Aliesha. O médico que tratou Addy ressalta que, em alguns momentos, a troca de ar era dificultada e a pequena precisava receber sedativos para relaxar. Muitas vezes, nem isso adiantava.

“Eu estava sentado com [o pai] na sala e disse: ‘Olha, do jeito que as coisas estão indo, Chris, eu não sei quando ela voltará para casa. Acho que isso pode levar anos. Pode levar décadas, até'”, relatou o Dr. Sandeep Khanna ao GMA. “Não estamos dizendo que vamos desistir, mas estou apenas dizendo que você deve estar preparado para isso”, completou o profissional.

Addy Smith viveu os primeiros dois anos de vida no hospital (Acervo pessoal)

Dificuldade para engravidar

Por longos sete anos, o casal enfrentou obstáculos com a infertilidade. Os médicos chegaram a alertá-los de que eles nunca poderiam ter filhos, mas após alguns procedimentos a notícia boa finalmente veio. Um mês antes de iniciarem uma fertilização in vitro para persistir no sonho de serem pais, Aliesha engravidou.

“Nós tentamos por tanto tempo. Nunca foi uma opção não ver as coisas com ela e não dar a ela uma chance”, disse Smith. Mesmo com eventuais complicações, ele e a parceira decidiram prosseguir com a luta ao lado da garotinha, que agora tem 2 anos.

Casal tentou engravidar por sete anos antes de Addy nascer (Acervo pessoal)

‘Milagre atrás de milagre’

O objetivo final do casal sempre foi levar a filha para casa. Após deixar a UTI e ser acompanhada por enfermeiras, seus pulmões felizmente continuaram a se desenvolver. Para tornar a alegria ainda maior, Aliesha e Chris descobriram que estavam esperando um novo bebê no ano passado. O pequeno Aiden nasceu saudável e ajudou a buscar a irmã no hospital.

Addy ainda precisa usar o ventilador em casa, mas seus pais seguem esperançosos em relação à melhora dela. “Ela começa a gargalhar quando ele está sorrindo ou gritando. Ela gargalha e é engraçado ver os dois interagindo”, disse a mãe. Para Chris, a garotinha proporciona “milagre atrás de milagre”.

Família celebrou a alta de Addy com o novo bebê (Acervo pessoal)
Edição: Vitor Fernandes
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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