Papa Francisco critica pessoas que adotam animais em vez de ter filhos: ‘Cães ocupam lugar das crianças’

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Papa Francisco fez discurso na primeira audiência geral do Vaticano (Reprodução/@franciscus/Instagram)

O papa Francisco fez uma crítica aos adultos que preferem adotar animais de estimação ao invés de terem filhos, durante a primeira audiência geral de 2022, no Vaticano, nesta quarta-feira (5). O pontífice fez um apelo para que as instituições simplifiquem os processos de adoção. Francisco também lamentou o chamado “inverno demográfico” e a queda nas taxas de natalidade de alguns países ocidentais.

“As pessoas hoje não querem ter filhos, pelo menos um. E há muitos casais que não querem. Mas eles têm dois cachorros, dois gatos. Sim, os cães e os gatos ocupam o lugar das crianças”, disse o papa, segundo o Corriere della Sera.

O pontífice fez um discurso voltado para o que chamou de uma “crise” na paternidade e na maternidade. “É engraçado, eu entendo, mas é realidade, e negar diminui-nos, tira a humanidade e, portanto, a civilização se torna mais velha e sem humanidade”.

‘Pátria sem filhos sofre’

“Porque perdemos a riqueza da paternidade e maternidade, e a pátria que não tem filhos também sofre. E como disse um humorístico: ‘Agora quem vai pagar os impostos da minha pensão?'”, completou o papa Francisco, rindo. “Mas é verdade, quem vai cuidar de mim?”.

Francisco acrescentou que ter filhos é a plenitude da vida de uma pessoa. “Ter um filho é sempre um risco, seja natural ou adotado. Mas mais arriscado é não ter. Mais arriscado é negar a paternidade, negar a maternidade, seja ela real ou espiritual”, acrescentou.

Papa pede simplicidade no processo de adoção

Sobre a adoção, o pontífice apelou às instituições italianas que simplifiquem o processo. “Devem estar sempre prontos a ajudar neste sentido, cuidando seriamente, mas também simplificando o processo necessário para que se realize o sonho de tantos pequenos que precisam de uma família, e de muitos cônjuges que desejam doar-se no amor”.

“Penso de modo particular em todos aqueles que se abrem para acolher a vida adotando. José [pai adotivo de Jesus, segundo o cristianismo] nos mostra que esse tipo de vínculo não é secundário, não é improvisado. É uma das formas mais elevadas de amor”, disse o papa Francisco.

Ele finalizou: “Quantas crianças no mundo esperam que alguém cuide delas! E quantos cônjuges desejam ser pais e mães, mas falham por razões biológicas; ou, embora já tenham filhos, desejam compartilhar o afeto familiar com quem não tem. Não devemos ter medo de escolher o caminho da adoção, de correr o ‘risco’ de acolher uma criança”.

 

 

Edição: Giovanna Fávero
Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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