Em um documentário lançado nesta quarta-feira (21), em Roma, o papa Francisco aparece pedindo a aprovação de leis que legalizem as uniões entre pessoas do mesmo sexo. A fala do pontífice é considera a declaração mais forte de um papa com relação aos direitos LGBT.
“Os homossexuais têm o direito de fazer parte da família. Eles são filhos de Deus e têm direito a uma família. Ninguém deve ser expulso ou miserável por causa disso”, afirmou o Papa Francisco. “O que temos de criar é uma lei de união civil. Assim, ficam legalmente protegidos. Posiciono-me por isso”, completou. As informações são da Agência de Notícias do Vaticano.
O documentário “Francesco” estreou em 21 de outubro, como parte do Festival de Cinema de Roma. O cineasta Evgeny Afineevsky revelou, à agência de notícias Associated Press, que não foi fácil convencer Francisco a falar. Para se aproximar do pontífice, Afineevsky enviou, inclusive, alfajores e mate para agradar o religioso argentino.
O tema LGBT é abordado em um momento do documentário em que o pontífice conta a história de um homem gay, chamado Andrea Rubera. Ele e o companheiro adotaram três crianças. Em uma das celebrações de Francisco, ele o entregou uma carta pedindo permissão para frequentar as missas. O medo de Rubera era de que os filhos fossem discriminados na igreja. Dias depois, Francisco ligou para o homem e disse que ficou emocionado com o pedido. Ele incentivou que os pais levassem as crianças na paróquia. No entanto, ele os preparou para possíveis críticas.
Mudança de postura
Quando o papa era arcebispo de Buenos Aires, ele era contra a aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo. No entanto, ele defendia algum tipo de proteção legal de casais homoafetivos.