O mineiro Luiz Maurício da Silva disputará, nesta quinta-feira (8), a final do lançamento de dardo nos Jogos Olímpicos de 2024. De Juiz de Fora, terra onde o atleta nasceu e foi criado, sua mãe tenta segurar a ansiedade. “Estou confiante, mas se não der, ele já é um grande campeão”, diz Cláudia Dias da Silva. Desde terça-feira (6), ela viraliza nas redes sociais em vídeo que mostra o momento da classificação do filho em Paris.
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Aos 24 anos, Luiz Maurício se prepara para encarar sua primeira final olímpica. O caminho, no entanto, começou lá atrás, há 17 anos. “Ele começou a fazer futebol, enquanto eu fazia natação”, conta a mãe. “Então ele viu outras modalidades de esportes, até que conheceu o atletismo”.
Cláudia relembra um dos episódios determinantes da trajetória de Luiz, quando o menino, aos 7 anos, fugiu de uma escolinha da futebol para a Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). “Eu cheguei na hora de buscar e ele não estava lá. Fiquei maluca. Procurei e ele estava na Faefid. Então eu briguei com ele, falei que ele deveria fazer futebol porque era o que dava dinheiro”, relembra aos sorrisos.
Nesse momento, o apoio que faltava veio por parte do pai, Julio. “Nós voltamos pra casa com o Luiz emburrado. Lá, o pai dele perguntou o que tinha acontecido, e o menino respondeu: ‘eu quero fazer atletismo, mas minha mãe quer que eu faça futebol’. Então o pai falou: ‘vai, faz e mostra pra sua mãe que é isso o que você quer'”, revela Cláudia. E Luiz foi.
Atleta olímpico
O caminho não foi fácil. Antes de chegar às Olimpíadas, o mineiro correu por muito chão, sem perder a mentalidade de campeão, segundo Cláudia. “Teve uma vez que ele perdeu um campeonato e ficou arrasado. O treinador me ligou e disse que ele tinha ficado em segundo lugar. Aí ele chegou em casa três da manhã, sentou na beirada da minha cama e veio me contar como tinha sido, como sempre faz”, diz a mãe.
“Quando eu falei ‘pelo menos você ficou em segundo lugar, meu filho”, ele me perguntou: ‘mãe, pra você, o que é o segundo lugar?’. Eu respondi: ‘segundo lugar, uai. Você ganhou medalha’, e ele disse ‘não, segundo lugar é o primeiro a perder'”, resgata Cláudia.
A determinação em atingir o topo do pódio fez com que Luiz conquistasse a sonhada vaga nos Jogos Olímpicos. E mais: vaga entre os melhores do mundo no lançamento de dardo. Na manhã da última terça-feira (6), o mineiro se classificou em sexto lugar geral para a finalíssima, com a marca de 85m91. Foi também a quebra do recorde sul-americano, de 85m57, que pertencia a ele mesmo.
O momento da classificação contou, de longe, com as orações da mãe. Ajoelhada de frente pra televisão, Cláudia direcionou boas energias pra Luiz, como outros tantos milhões de brasileiros.
Final
Luiz Maurício volta à pista em Paris nesta quinta-feira (8), às 15h25. O mineiro disputará medalha com outros 11 adversários. “Eu estou nem pensando em medalha. Eu estou no meu cantinho, do nada fico emocionada. Tenho conversado com ele, que está tranquilo, em termos. Quando ele está nervoso, ele começa a cantar. No sábado, ele cantou uma música que não lembro, mas era pagode”, diz a mãe.
O país do samba torce por você, Luiz.