A festa que celebrava a final da “Copa Gigantex”, campeonato amador de futebol de Antônio Pereira, distrito de Ouro Preto, terminou com várias pessoas feridas na noite desse domingo (30). Moradores da região denunciam truculência por parte da Polícia Militar, que esteve no local para interromper o evento.
Vander Leitoa (Solidariedade), vereador de Ouro Preto, estava na comemoração e afirma que a PM sequer pediu que os organizadores abaixassem o som antes de disparar tiros de bala de borracha e soltar bombas de gás e spray de pimenta. Já a corporação afirma que algumas pessoas hostilizaram os policiais e jogaram pedras contra eles (leia mais abaixo).
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram uma senhora com um ferimento na cabeça, proveniente de um disparo de munição não letal, e um homem ferido na perna. De acordo com o parlamentar, algumas pessoas atingidas foram presas depois de receber atendimento médico no hospital de Mariana.
A festa que celebrava a final de um campeonato amador de futebol de Antônio Pereira, distrito de Ouro Preto, terminou com várias pessoas feridas. Moradores da região denunciam truculência por parte da PM. pic.twitter.com/ZTC5Fe5WqL
— BHAZ (@portal_bhaz) July 31, 2023
“O distrito de Antônio Pereira já sofre com preconceito na região, com problemas da mineração… Não teve briga nenhuma, problema nenhum”, disse o vereador ao BHAZ.
Vander Leitoa convocou uma reunião da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Ouro Preto para tratar do assunto nesta terça-feira (1°). Nesta manhã, ele também esteve na ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais) para denunciar a ação da PM em Antônio Pereira.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram uma senhora com um ferimento na cabeça, proveniente de um disparo de munição não letal, e um homem ferido na perna. pic.twitter.com/3A3hsrepl0
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A PM instaurou um inquérito para apurar a ação dos policiais em Antônio Pereira.
O que diz a PM?
De acordo com a Polícia Militar, uma guarnição foi acionada por volta de 18h20 para uma ocorrência de perturbação de sossego por causa da festa. No local, a equipe constatou que cerca de 300 pessoas participavam do evento e solicitou apoio.
Enquanto isso, a PM recebeu outra chamada no mesmo local, informando que a situação havia “progredido para rixa”. Ao fazer a intervenção policial, de acordo com a corporação, alguns moradores começaram a hostilizar os policiais com palavras e tentativas de impedir a ação, com agressões e arremesso de pedras.
Por isso, ainda segundo o registro policial, foi necessário o “uso de instrumento de menor potencial ofensivo, IMPO [Instrumentos de Menor Potencial Ofensivo], granadas e espraiadores de agente químico a fim de dissuadir os agressores evitando o emprego de arma de fogo”.
Em meio à multidão, os militares afirmam ter visto uma pessoa portando arma de fogo e apontando na direção dos policiais, seguido do barulho de estampido da arma, “de forma que os militares fizeram uso de arma de fogo contra o cidadão que ameaçava a vida dos militares”.
A PM apreendeu no local uma arma de fogo, uma foice, um facão, cinco munições de calibre .380. Além disso, dez pessoas foram presas devido a resistência à atuação policial. O registro da ocorrência foi acompanhado por advogados dos envolvidos e encerrado na delegacia de Polícia Civil.