Adolescente de 14 anos e o pai estão desaparecidos em Capitólio; todas as vítimas estavam na mesma lancha

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Segundo a Polícia Civil, o estado dos corpos dificultou a identificação (Divulgação/CBMMG)

Os corpos de oito vítimas da tragédia de Capitólio, no Sul de Minas, foram localizados até o início da tarde deste domingo (9), na Represa de Furnas. Um dos mortos foi identificado oficialmente como Júlio Borges Antunes, 68 anos, natural de Alpinópolis, no Sul de Minas. Um adolescente, de 14 anos, e o seu pai, de 37 anos, ainda estão desaparecidos.

As dez vítimas estavam na lancha “Jesus”, que sofreu o maior impacto com a queda da rocha. Em coletiva de imprensa, o delegado da Polícia Civil de Minas Gerais Marcos Pimenta informou que os esforços da corporação estão voltados para a identificação oficial das vítimas localizadas. No entanto, o reconhecimento informal já foi realizado e os familiares das vítimas foram informados.

“Analisando os materiais que foram angariados, como anel, aliança, camiseta, tatuagem, aparelhos, etc., já dá uma rapidez para ao menos acalentar o coração das famílias. Mas a identificação formal carece de um tempo maior”, informou.

As vítimas

O grupo que foi identificado na lancha estava em um passeio turístico na região. “Eram todas conhecidas [entre si]. Estavam em uma pousada em São José da Barra e resolveram realizar uma pequena viagem para conhecer a beleza do estado”, detalhou o delegado.

Entre as vítimas está o piloto, de 40 anos, natural de Betim, na Grande BH. Familiares dos dois desaparecidos também estão entre as vítimas, incluindo um adolescente, de 17 anos, de Itaú de Minas, filho de um dos desaparecidos e irmão do outro, e um idoso, de 65 anos, pai e avô dos desaparecidos, respectivamente.

A corporação afirmou que está em contato direto com os familiares das vítimas, para que as informações sejam repassadas em primeira mão para eles.

Identificação oficial

O médico legista de Passos, Marcos Amaral, falou na coletiva sobre a dificuldade de identificação formal dos corpos. “Neste caso, infelizmente, os corpos estão com o aspecto prejudicado, então ter o reconhecimento simples é impossível. A exceção é um caso em que o corpo estava mais preservado”, disse, se referindo à vítima já reconhecida oficialmente.

Agora, os profissionais estão utilizando técnicas como material genético e análise de arcada dentária para identificação dos corpos. “Estamos contando com o apoio do IML, que já traz todo o know-how da tragédia de Brumadinho”, destacou.

Responsabilidade

Ainda segundo o delegado, é muito cedo para apontar responsáveis pela tragédia. No entanto, a força da chuva é um fator que é levado em consideração. “Uma rocha daquela não cai de uma hora pra outra, é prematuro para apontar responsabilidade”, declarou.

Marcos Pimenta também falou sobre a possibilidade do barulho do turismo ter influenciado na queda da pedra. “Nós não descartamos se essa erosão pode ser pela chuva ou pelo som das lanchas. Este tópico será melhor analisado pela Marinha do Brasil”. detalhou.

“A Polícia Civil instaurou o devido inquérito policial para verificar as condições em que ocorreu a queda”, informou.

A tragédia

Na manhã de ontem (8), pedras se soltaram de um cânion na represa de Furnas, em Capitólio, e atingiram embarcações de turistas. Um vídeo flagrou o momento do deslizamento, em que três lanchas de turistas são atingidas.

Nas imagens, feitas de uma outra lancha próximo ao local do acidente, é possível ver quando uma grande pedra se solta do paredão rochoso. Um dos passageiros de uma embarcação atingida chega a saltar do barco, momentos antes do impacto. Uma das lanchas tenta se afastar, mas também é atingida.

Edição: Vitor Fernandes
Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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