Aldeia é evacuada após cheia do Rio Paraopeba e mais de 40 indígenas ficam desabrigados; saiba como ajudar

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Aldeia Pataxó e Pataxó Hã-hã-hãe alagada (Cacique Arakuã/Arquivo pessoal)

A comunidade indígena de Naô Xohã, localizada às margens do rio Paraopeba, em São Joaquim de Bicas, vive um cenário de incertezas. Nesse domingo (9), cerca de 45 moradores da aldeia, das etnias Pataxó e Pataxó Hã-hã-hãe – dentre elas, 18 crianças -, precisaram ser socorridos pelo Corpo de Bombeiros após o rio transbordar. Após o resgate, as 11 famílias foram abrigadas provisoriamente em uma escola da cidade, localizada na região Central de Minas.

Ao BHAZ, o cacique Arakuã conta que essa é a primeira vez em quatro anos que a comunidade precisa abandonar o local. Segundo ele, os moradores não poderão voltar à aldeia, já que as águas do rio ainda carregam rejeitos minerais em função do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, há quase três anos.

“O que nós estamos precisando neste momento é que as autoridades nos ajudem a cobrar da Vale pra nos colocar em um local digno. Porque se o rio não tivesse contaminado, a gente poderia continuar tendo contato com a água. Mas por causa dos rejeitos de minério a gente não pode nem chegar perto do rio e nós precisaríamos ir para um outro local adequado”, disse ele.

O BHAZ entrou em contato com a Vale para obter um posicionamento acerca do assunto, mas até a publicação da matéria a empresa não havia se manifestado. Tão logo a solicitação seja respondida, a reportagem será atualizada.

‘Não tem como esperar mais’

Vídeos feitos por moradores da comunidade mostram que a água contaminada alagou grande parte da aldeia, invadindo casas e plantações. “Nosso povo teve que sair por emergência, agora não tem como esperar mais”, pede o cacique Arakuã.

A comunidade ribeirinha agora conta com a solidariedade para atravessar a temporada de chuvas. Doações financeiras podem ser feitas por meio do PIX: (31) 9 7202-1473, em nome de Valdeir dos Santos Souza. Neste momento, a prioridade é a compra de leite e fraldas para as crianças, além de alimentos não perecíveis.

Edição: Giovanna Fávero
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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