Bordado de família mineira alerta para ameaça às veredas do Cerrado

19/05/2025 às 07h35
bordado mineiro cerrado
(Família Dumont/Divulgação)

Transformar o bordado clássico em arte contemporânea com um olhar socioambiental. Há três décadas uma família mineira de Pirapora usa linhas e criatividade para contar histórias e retratar paisagens. Uma das obras ganhou notoriedade nos últimos meses depois que foi entregue como presente pelo presidente Lula para o imperador japonês Naruhito.

O quadro intitulado “Vereda do Galhão” é inspirado no Cerrado, da região Norte de Minas Gerais. A obra representa os buritis, que são palmeiras enormes, majestosas, e só brotam em veredas, onde tem água e nascentes. A tela de 1,5 metro de comprimento por 1 metro de largura levou cerca de oito meses para ser bordada.

A criação é do artista plástico Demóstenes Dumont Vargas Filho e suas quatro irmãs que compõem o Grupo Matizes Dumont: Marilu, Marta, Ângela e Sávia Dumont. Elas bordaram a tela, com fios nacionais e importados, em lãs, seda e algodão.

Uma das artistas que bordaram a obra, Sávia Dumont, conversou com a comunicadora Mara Régia, apresentadora do programa Natureza Viva, da Rádio Nacional da Amazônia.

Sávia contou a Mara Régia que foi uma alegria muito grande a escolha da obra pelo Itamaraty para ser presenteada ao Imperador do Japão.

“Foi uma alegria muito grande. Nosso trabalho é muito ligado a natureza, especial ao Cerrado. Nós nascemos no norte de Minas Gerais, onde o Cerrado é muito forte. Existem veredas belíssimas. E, ao bordar essa vereda, que se chama Vereda do Galhão, que é uma vereda linda, enorme, lá perto da cidade onde a gente nasceu, Pirapora. Nós demoramos muitos meses para fazer. Foi muito lindo ter esse trabalho escolhido para presentear o Imperador do Japão”, disse.

“O buriti nasce na vereda. Ele não nasce em qualquer lugar no Cerrado. Isso para nós é muito importante porque a gente sabe que é necessário preservar a Vereda e isso é preservar a vida. Por isso mesmo essa majestosa e maravilhosa planta nasce somente na vereda. Ela não nasce em qualquer lugar. Ela nasce onde tem água, onde há uma nascente.”

Conhecida como árvore da vida pelos povos originários, mais do que uma planta, o buriti é um ecossistema. Suas folhas fornecem abrigo para pássaros, são usados no telhado de casas, transformam-se em material para artesanato e seus troncos e frutos são fontes de alimento e óleo medicinal.

Sinara Peixoto

Formada em Comunicação Social com Ênfase em Jornalismo no Centro Universitário de Belo Horizonte e com pós-graduação na PUC Minas em Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa. Atuou como editora na CNN Brasil, desde a estreia do veículo no país, e na edição do Portal BHAZ. Também despenhou várias funções ao longo de 7 anos na TV Record Minas, onde entrou como estagiária.

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