Cemig registra quase 1,5 mil acidentes com pipa em rede elétrica e PM faz alerta

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Pipas presas em rede elétrica provocam acidentes em Minas (Daniela Catisti/Fotos Públicas)

Levantamento feito pela Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) mostra que, só nos sete primeiros meses deste ano, foram registradas 1.424 ocorrências com rede elétrica causadas por pipas. Ao todo, foram 460 mil pessoas afetadas.

Apenas na região metropolitana de Belo Horizonte, essa brincadeira deixou mais de 260 mil unidades consumidoras sem luz. A maioria dos acidentes acontecem quando as pipas se enrolam na fiação elétrica e provocam curtos circuitos, principalmente quando as linhas são cortantes, como as linhas chilenas ou as que contém cerol.

Ao BHAZ, o cabo Kleyton Prates, do 33° Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais, alerta que o primeiro passo é identificar se a linha utilizada é a comum ou as que cortantes, que são ilegais.

“Existe a linha de cerol e chilena, a diferença é que o cerol é uma cola misturado com pó de vidro ou de ferro, o potencial cortante atinge mas não é tão grande quanto o da linha chilena, como ela é industrializada, ela é feita com óxido de alumínio. A linha com cerol é um pouco mais escura, mais acinzentada. E as linhas chinelas são coloridas, rosa, verde ou azul”, explica.

Prates ainda reforça que a denúncia é fundamental e é por meio dela que a Polícia consiga chegar até os autores e impedir que acidentes aconteçam. “Caso que a população perceba que exista alguém fazendo o uso dessas linhas, principalmente onde há grande fluxo de pessoas e rede elétrica próxima, o apelo que fizemos é que se faça a denúncia imediatamente.”

“Caso a pessoa esteja usando essas linhas e por acidente atinja a rede elétrica durante a brincadeira, e a população identificar o uso dessas linhas, é necessário que ligue para a Polícia Militar e em seguida para a Cemig no número 116, para que a Companhia vá até o local e evite que a fiação cause mais danos à população.” O policial também reforça que a própria pessoa pode sofrer com a descarga elétrica se a linha esbarrar na fonte de energia.

Local adequado e sem riscos de acidente

Já o gerente de Saúde e Segurança do Trabalho da Cemig, João Soares, a população não deve de soltar pipas em áreas urbanas. O especialista afirma que a brincadeira deve ser feita em áreas abertas e distantes da rede de distribuição de energia elétrica.

“Hoje em dia, com a grande quantidade de rede de distribuição nos centros urbanos, a brincadeira de soltar pipas ficou inviável nesses locais. Caso a pipa fique presa em um componente da rede elétrica, a pessoa pode tomar um choque de até 13.800 volts. Por isso, é fundamental que os pais orientem os seus filhos para evitar acidentes que podem até matar”, explica.  

O especialista alerta que nunca se deve tentar resgatar pipas presas na rede elétrica, já que o risco de acidentes é grande. “A aproximação indevida e o uso de cerol e linha chilena têm sido o motivo dos principais acidentes com a rede elétrica da companhia”. 

As ocorrências com pipas nas redes elétricas são ainda mais graves neste momento de pandemia, quando muitas pessoas estão trabalhando em casa e também podem prejudicar o fornecimento de energia para hospitais e centros de saúde.  

“Por isso, pedimos consciência aos pais e jovens para evitar a soltura de pipas em ambientes próximos da rede da Cemig e também não utilizar, em hipótese alguma, as linhas cortantes. As consequências das ocorrências podem ser catastróficas para um hospital, por exemplo”, alerta.  

Lei proíbe uso de linhas cortantes em Minas

A lei 23.515/2019 proíbe a utilização de cerol ou linha chilena em nosso estado. Essa legislação, que veda a comercialização e o uso de linha cortante em pipas, papagaios e similares, está em vigor desde dezembro de 2019.

A multa para quem for flagrado vendendo linhas cortantes varia de R$ 3.590 a R$ 179 mil. Já quando a linha cortante apreendida estiver em poder de criança ou adolescente, os pais ou responsáveis legais serão notificados e o caso será comunicado ao Conselho Tutelar.  

Edição: Vitor Fernandes
Jordânia Andrade[email protected]

Repórter do BHAZ desde outubro de 2020. Jornalista formada no UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) com passagens pelos veículos Sou BH, Alvorada FM e rádio Itatiaia. Atua em projetos com foco em política, diversidade e jornalismo comunitário.

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