Uma clínica de reabilitação em Elói Mendes, no Sul de Minas, foi interditada na terça-feira (29) por suspeita de maus-tratos contra os internos. De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais, denúncias de tortura, cárcere privado, racismo religioso, agressões, retenção de cartão bancário de idoso e deficientes, entre outras, são investigadas desde 2020. Além de tudo, ocorria um surto de Covid-19 no local.
A ação do Ministério Público, realizada em conjunto com a Polícia Civil e a Prefeitura Municipal, resgatou 63 internos da clínica particular, no mesmo dia em que a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social da cidade expediu relatório confirmando as irregularidades. A pasta visitou o local nos dias 26 e 28 de junho, junto com a Vigilância Sanitária Municipal (Visa).
Irregularidades
De acordo com o promotor de Justiça Rodrigo Sanches Martins, antes da interdição judicial, a clínica descumpriu dois atos administrativos de interdição cautelar da Visa, datados de setembro de 2020 e de abril de 2021, e continuou funcionando. O local era mantido, segundo a Polícia Civil, por uma família e alguns monitores.
Além das denúncias listadas acima, de irregularidades que seriam cometidas por integrantes da clínica, foram denunciados outros problemas estruturais sérios, como o descumprimento das legislações sanitária, fiscal e administrativa.
Ainda segundo o MPMG, testes de Covid-19 realizados em 63 pessoas da clínica apontaram resultado positivo para 43 pessoas, e algumas apresentavam sintomas da doença. O BHAZ tentou entrar em contato com o estabelecimento pelo telefone, pelo WhatsApp e por e-mail, mas não obteve retorno.