O mês de janeiro termina com o recorde de confirmação de casos de Covid-19 em Minas Gerais. De acordo com o Boletim da Secretaria de Saúde, foram 489.596 casos confirmados ao longo dos 31 dias. A elevação está ligada à disseminação da variante ômicron, que tem maior transmissibilidade.
Antes de janeiro, o pico de casos estava concentrado em março de 2021, no pior momento da pandemia, quando foram 245 mil diagnósticos confirmados no estado. O mês atual também registrou o pico de casos em apenas 24 horas. No último dia 28 foram mais de 40 mil pessoas com a Covid-19 detectada.
Assim como as contaminações, o número de mortes por Covid-19 também cresceu, embora em um ritmo bem menos acelerado. Foram 655 vítimas da doença em janeiro. O recorde ainda foi o mês de abril de 2021, que teve mais de 9 mil mortes por Covid-19 em Minas Gerais.
Pico nos próximos dias
Segundo o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, o pico da doença no estado deve ser registrado amanhã (1º). Em coletiva de imprensa na última quinta-feira (27) o médico ressaltou que a capital mineira já deve ter atingido o auge nos últimos dias.
“O pico chegou, é questão de dias. Agora é a gente garantir essas duas e três semanas especialmente de maior pressão no sistema de saúde para sentirmos essa melhora nos hospitais”, falou. O secretário ainda disse que o Governo de Minas repassará mais de R$ 45 milhões para os municípios para que eles consigam melhorar o atendimento das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), dos hospitais, e garantir leitos.
O médico disse que o número de leitos disponíveis no estado são suficientes para atender a demanda de fevereiro. Ele descartou a possibilidade de colapso na saúde e prometeu melhoras no pronto-atendimento, onde o número de atendimentos com sintomas leves aumentou nas últimas semanas.
“Vamos aumentar o número de leitos caso necessário em fevereiro, mas o que temos hoje e a expectativa nossa é que nós não tenhamos colapso na saúde. São cada vez mais raros os casos internados, mas pelo volume muito grande [de casos] vai aumentar”, pontuou Baccheretti.
Ômicron
Segundo o infectologista Leandro Curi, o aumento de casos tem relação com a maior transmissibilidade da variante ômicron da Covid-19. “A ômicron tem um poder maior de desviar da proteção da vacina. Ela faz isso de modo mais forte do que as outras variantes. Mas quem piora é quem tem o sistema imune pego de surpresa, sem a vacina. Um organismo já avisado, sofreria menos”, reforça.
“A pandemia está ativa ainda. Infelizmente não ficou em 2020, nem em 2021. Estamos com um número absurdo de casos. É uma variante que pode ser menos mortal, mas ela está em alta taxa. Está problemático pelo numero de infecções. Por isso não sou favorável a liberar balada sem máscara, jogo de futebol sem passaporte vacinal, por exemplo. Sei que existem outros aspectos sociais, econômicos, mas do meu ponto de vista médico infectologista, não concordo”, conclui.