Contagem inicia amanhã restrição de bebidas alcoólicas em bares

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Reunião para discutir as medidas de enfrentamento à Covid-19 teve participação da prefeita, vários vereadores e diversos representantes dos setores (Reprodução/Contagem/FOTO ILUSTRATIVA: Marcelo Ikeda Tchelão/Pixabay)

A Prefeitura de Contagem proibiu o consumo de bebidas alcoólicas em bares e restaurantes, e medida começará a valer a partir desta terça-feira (12). A decisão ocorreu em conversa com os vereadores da cidade e representantes de diversos setores e tem como objetivo conter o avanço da pandemia do novo coronavírus.

A decisão ocorreu nessa sexta-feira (9), em reunião virtual, e cada segmento de atividade comercial ainda poderá propor ao Executivo normas de funcionamento até esta segunda-feira (11). Um decreto com as novas diretrizes deve ser formalizado nesta terça (12), quando devem passar a valer essas primeiras restrições. 

Já se sabe que o consumo de bebidas alcoólicas dentro dos estabelecimentos, como bares e restaurantes, será proibido, mas a comercialização continuará permitida. Além disso, eles só poderão funcionar até às 22h, respeitando o distanciamento social, aferição de temperatura e reforçando a higienização.

A princípio, o município da região metropolitana de Belo Horizonte não adotará o fechamento do comércio, ao contrário da capital mineira, que, a partir desta segunda-feira, tem apenas as atividades essenciais em funcionamento. A decisão ocorreu devido à preocupação com o setor produtivo e o fim do auxílio emergencial.

“Temos lutado pela conscientização e ações de enfrentamento ao vírus, mas também nos preocupamos com o desemprego e a sobrevivência das pessoas. O Legislativo tem a característica de estar mais próximo das pessoas, por isso é muito importante nossa participação de perto, junto ao Executivo. As decisões precisam ser tomadas ouvindo as pessoas que são impactadas diretamente, e esse diálogo começa por nós”, disse Alex Chiodi (Solidariedade), presidente da Câmara de Contagem.

Covid-19

A Comissão Parlamentar de Acompanhamento da Covid-19, representada pela vereadora Daisy Silva (Republicanos), publicou, em nota, que a interrupção das atividades econômicas empurraria à informalidade milhares de pais e mães de família, mas reforçou o apelo da prefeita, Marília Campos (PT), por um amplo engajamento da população quanto aos cuidados básicos que evitam a propagação e contaminação do Covid-19.

A Comissão também pontuou parte da razão dos aumentos: “Parte desse crescimento ocorreu nos últimos 7 dias, consequência direta da festas de finais de ano, que propiciaram aglomerações recreativas. O maior índice de contágio tem acontecido nos bairros que fazem divisas com outras cidades, como Belo Horizonte e Betim”.

“Além do número de leitos, o município também apresenta o problema, na rede de saúde, de um déficit de profissionais qualificados para a ampla gama de atendimento que a pandemia criou. Aparentemente, esse tem sido um desafio ainda maior que o de estruturação de leitos”. Veja nota completa abaixo.

Coronavírus em Contagem
(Reprodução/Prefeitura de Contagem)

A atual taxa de ocupação dos leitos em Contagem, somados os clínicos e os de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), de acordo com a Comissão, é de 98%. Segundo o último boletim epidemiológico, de 10 de janeiro, a cidade tinha 540 óbitos por Covid-19 e 14.497 casos confirmados. O índice de transmissão da Covid-19 está em 1.19 – o ideal é que fique abaixo de 1.

Comitê de Enfretamento à Pandemia do Covid-19 do Município de Contagem

A apresentação feita pela prefeita Marília Campos e sua equipe deixa claro que a situação da pandemia é preocupante, caminhando para um agravamento.  

A atual taxa de ocupação dos leitos do município, somados os clínicos e os de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), é de 98%. 

Parte desse crescimento ocorreu nos últimos 7 dias, consequência direta da festas de finais de ano, que propiciaram aglomerações recreativas. O maior índice de contágio tem acontecido nos bairros que fazem divisas com outras cidades, como Belo Horizonte e Betim. 

Além do número de leitos, o município também apresenta o problema, na rede de saúde, de um déficit de profissionais qualificados para a ampla gama de atendimento que a pandemia criou. Aparentemente, esse tem sido um desafio ainda maior que o de estruturação de leitos.  

Outro dado apresentado pela prefeita ressalta o desafio herdado, tanto da atual da gestão municipal, quanto da nossa atual legislatura: a gestão anterior não celebrou parcerias com a rede privada de saúde — diferentemente de cidades como Betim e Belo Horizonte. 

O principal apelo da prefeita foi por um amplo engajamento de todas as lideranças do município, para a conscientização das pessoas sobre a necessidade de adoção dos cuidados básicos que evitam a propagação e contaminação do COVID-19, como o uso de máscaras, a higienização das mãos com álcool em gel e evitar aglomerações, guardando distanciamento social seguro.  

É a dimensão sociológica e comportamental da pandemia, tão importante quanto a biológica e a sanitária. 

Entretanto, tendo em vista, principalmente, o momento econômico nacional, Contagem não adotará medidas drásticas, de fechamento do comércio e de atividades econômicas. O fim do pagamento do Auxílio Emergencial retira a teia de proteção econômica e social da população mais vulnerável, que buscará sobrevivência, de qualquer jeito, no mercado de trabalho. A interrupção das atividades econômicas empurraria à informalidade milhares de pais e mães de família. 

A equipe do comitê trabalha para a construção de diretrizes para o enfrentamento à pandemia, em diálogo permanente com todos os setores da cidade. Com isso, amanhã (sábado, 09), uma reunião acontecerá para elaboração, conjunta, das diretrizes do decreto. 

De imediato, porém, já está encaminhado o aumento no número de ônibus para atender ao transporte público e evitar aglomerações dentro dos coletivos; aumento de até 40 leitos de CTI para tratamento de COVID-19; Proibição do consumo de bebidas alcoólicas nos locais de vendas com autorização para somente a comercialização e o funcionamento do comércio, mas com restrição de horários. 

Todo município tem liberdade de construir sua própria estratégia de enfrentamento à pandemia, tendo em vista as especificidades de cada cidade. 

Na participação que nos foi dada, reiteramos a disposição e apoio da Câmara Municipal a todas as medidas que se fizerem necessárias para o enfrentamento à pandemia — tanto na adoção de ações mais flexíveis, como, se necessário for, de medidas mais enérgicas.   

Reconhecemos o acerto pela opção de construção de uma estratégia conjunta, flexível, levando em consideração as características da nossa própria cidade. 

A conciliação e o diálogo — em momentos de especial gravidade como o de agora — são os primeiros remédios que devem ser administrados. 

São medidas que também criam as condições ideais de um amplo engajamento social, tendo em vista principalmente a gravidade do atual momento de saúde pública pelo qual todo o mundo atravessa.

Edição: Vitor Fernandes

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