Cozinha mineira é declarada patrimônio cultural imaterial do estado

Cozinha mineira
Registro dos sistemas culinários do milho e da mandioca foi reconhecido pelo Conep (Sofia Leão/BHAZ)

A cozinha mineira, por meio da culinária do milho e da mandioca, agora é oficialmente patrimônio cultural imaterial do estado. A novidade é resultado de uma deliberação do Conep (Conselho Estadual de Patrimônio Cultural), em reunião realizada na manhã desta quarta-feira (5), Dia da Gastronomia Mineira.

Para celebrar a culinária do estado, o Governo de Minas também lançou hoje o projeto “Cozinha Mineira Patrimônio – Temporada 2023”, com uma série de ações que buscam reforçar a importância da cozinha para a cultura, o turismo e o desenvolvimento econômico e social do estado.

O governo estadual também reforça a importância da deliberação sobre o “Registro dos Sistemas Culinários da Cozinha Mineira – o Milho e a Mandioca” para o reconhecimento e a valorização de saberes e práticas desenvolvidos pelos povos originários e tradicionais de Minas Gerais.

“O turismo dá conta, em pesquisa recente, que 27% das pessoas que vêm a Minas vêm para comer. Ou seja, o turismo gastronômico tem uma importância estruturante na nossa economia e é um grande fomentador de emprego e renda”, ressaltou o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira.

Patrimônio imaterial

O registro dos sistemas culinários do milho e da mandioca, declarado hoje como patrimônio imaterial, compreende o ato de se alimentar de maneira ampla, ressaltando os valores socioculturais, simbólicos e cosmológicos.

Ele leva em conta fatores como o plantio, o processamento, a preparação, o consumo e as características de sociabilidade e ritualística atreladas aos lugares, paisagens, instrumentos, métodos e técnicas que caracterizam os saberes culinários transmitidos ao longo das gerações.

Cozinheiras
Reconhecimento leva em conta os modos de fazer mineiros (Sofia Leão/BHAZ)

De acordo com o Iepha (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais), os saberes ligados ao milho e à mandioca constituem o primeiro sistema culinário a ser caracterizado pelo instituto no âmbito das pesquisas sobre a cozinha mineira.

O registro é resultado de um trabalho de mais de dois anos, que ainda contou com a identificação de quase 700 moinhos de milho e casas de farinha de mandioca em Minas Gerais.

Fomento à gastronomia mineira

O projeto “Cozinha Mineira Patrimônio – Temporada 2023”, lançado hoje, busca promover ações voltadas ao fomento, à capacitação, à valorização e à divulgação dos sistemas culinários da cozinha mineira enquanto patrimônio cultural imaterial.

Algumas iniciativas que farão parte do projeto são capacitações, um programa de preservação de práticas da agricultura familiar, a divulgação do selo da Cozinha Mineira Patrimônio, e mais.

“Teremos vários festivais de cozinha mineira espalhados pelo estado, e de forma muito especial no Circuito Liberdade, essa grande vitrine da mineiridade. Nós teremos ações de desenvolver o turismo de base comunitária, para proteger ainda mais a agricultura familiar”, afirmou o secretário Leônidas Oliveira.

Secretário
Secretário apresentou a iniciativa nesta manhã (Sofia Leão/BHAZ)

O Seminário Internacional da Cozinha Mineira, que será sediado em Tiradentes, em novembro, é outra ação voltada à capacitação e promoção da cozinha mineira contemporânea.

“A temporada está prevista pra ir até outubro, linkando também a outras áreas como a coquetelaria, a cachaça, os vinhos, o azeite… o que está sendo agregado à cozinha mineira contemporânea”, completou o secretário, que também adiantou que a Secult planeja organizar um Festival Internacional da Cozinha Mineira em breve.

Outro destaque é a criação do Observatório da Cozinha Mineira, que vai estabelecer uma rede de pesquisa para monitorar o desenvolvimento da cozinha mineira. Press trips, famtours gastronômicos, parceria com influenciadores digitais e chefs da cozinha mineira complementam o conjunto das ações.

Edição: Roberth Costa
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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