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Criança de 2 anos bebe água sanitária e é hospitalizada em Minas Gerais

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Uma criança de 2 anos precisou ser hospitalizada nessa segunda-feira (10) após beber água sanitária enquanto estava sob os cuidados do pai (FOTO ILUSTRATIVA: Banco de imagens/Unsplash)

Uma criança de 2 anos precisou ser hospitalizada nessa segunda-feira (10) após beber água sanitária enquanto estava sob os cuidados do pai. O acidente ocorreu em Miradouro, na Zona da Mata mineira.

À Polícia Militar, a mãe da menina relatou que tomou conhecimento de que a filha teria ingerido o produto de limpeza em um momento de descuido enquanto estava na casa de uma tia, irmã do pai da criança.

A menina foi levada em um carro da prefeitura de Miradouro para receber atendimento no Hospital São Paulo, em Muriaé.

A mulher conta que, dentro do veículo, iniciou-se uma discussão entre ela e o pai da menina. A mãe relata que o homem teria lhe ameaçado, dizendo: “eu não posso te bater, mas tenho gente que pode fazer isso por mim”.

Ainda de acordo com a mulher, o homem disse que “daqui uns dias você vai estar comendo terra atrás da igreja”. A mãe disse que ela viveu um relacionamento com o homem e que os dois tiveram duas filhas. Atualmente, a guarda das crianças é compartilhada.

O Conselho Tutelar informou à Polícia Militar que não tomou conhecimento do caso. A mãe da menina, por sua vez, disse ter entrado em contato com uma conselheira que lhe orientou a esperar a audiência que vai definir a guarda das duas filhas do ex-casal.

O caso foi encaminhado para a 34ª Delegacia de Polícia Civil de Miradouro. O BHAZ procurou a corporação para saber o andamento das investigações e aguarda o retorno.

Produtos de limpeza devem ficar fora do alcance das crianças

Detergente, água sanitária, produtos para limpar o vaso sanitário e amaciante representam um grande risco para as crianças, especialmente aquelas de 1 a 4 anos. Cristina Andrusaitis Sandron, farmacêutica e coordenadora do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) alerta sobre a importância de manter produtos de limpeza fora do alcance dos pequenos.

“A primeira coisa é guardar em locais altos e trancados, porque elas são muito espertas. Elas conseguem pegar uma escadinha. Nós temos muitos casos de crianças que pegam uma banquetinha, que sobem em cima de cômodas, nas gavetas. Então não basta deixar no alto, tem de deixar trancado e orientar que aquilo é uma coisa perigosa”, informa Cristina.

Segundo a USP, os acidentes são mais comuns na faixa etária de 1 a 4 anos, já que é nesse período que as crianças são mais “curiosas”. Mas é preciso ter atenção até por volta dos 9 anos, porque muitas vezes crianças dessa idade não têm discernimento.

Em caso de acidente, como, por exemplo, a ingestão de um produto químico, calma é a recomendação. Segundo Cristina, não se deve fazer nada sem a indicação de um médico.

“Não provoque vômito, não dê água, não dê leite, porque, em muitas das situações, isso vai piorar a intoxicação.” A toxicidade ou não em um acidente depende do volume de produto ingerido.

“Às vezes, você ingere pouca quantidade de um produto que é muito tóxico. Não necessariamente precisa ser uma ingestão elevada. Então, vamos considerar tudo igualmente como se fossem tóxicos e não deixar nenhum ao acesso das pessoas”, orienta a especialista.

Larissa Reis

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.
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