Defesa Civil remove 80 famílias da área de risco de deslizamento em Ouro Preto

Defesa Civil retira 80 famílias de área de risco em Ouro Preto (Corpo de Bombeiros de Minas Gerais/Divulgação)

Pelo menos 80 famílias tiveram que deixar suas casas, nesta sexta-feira (14), em Ouro Preto, região Central de Minas, por risco de desabamento. No momento não chove na cidade, porém as residências interditadas ficam em uma área em que técnicos da Defesa Civil identificaram o risco de deslizamentos devido às condições do solo encharcado.

Outras 25 famílias foram removidas da mesma região da cidade nessa semana. As casas se encontram no bairro Taquaral, a poucos quilómetros do Morro da Forca, onde ocorreu o deslizamento que destruiu dois casarões históricos ontem (13). O acidente não teve vítimas, e o MPF (Ministério Público Federal) instaurou um procedimento administrativo para apurar “os evidentes danos ao patrimônio cultural”.

Alerta em Ouro Preto

A agente da Defesa Civil municipal Paloma do Carmo Magalhães foi a primeira servidora de órgãos de proteção a chegar ao Morro da Forca, pouco antes do barranco despencar. Ela seguia para o trabalho quando um motorista de ônibus a alertou para algo atípico na encosta que fica na região central da cidade que é bastante movimentada.

Com a ajuda de comerciantes da área, Paloma prontamente interrompeu o tráfego de veículos e de pessoas. “Eles ficaram à distância, alertando as pessoas para não passarem, e eu fiquei próxima à encosta, isolando a área até a guarnição da Guarda Civil chegar e interditar o trânsito completamente”.

O embargo dos imóveis de Ouro Preto ocorreu em 2012, quando um deslizamento de terra os atingiu. Na quinta-feira (13), vídeos feitos por pessoas que estavam próximas ao local registraram o momento em que parte do Morro da Forca veio abaixo e destrói os dois casarões, derrubando postes de energia elétrica e deixando a área sem luz.

Paloma afirma que a atenção dos cidadãos e a prestatividade que demonstraram no momento do deslizamento, contribuiu para que não houvesse nenhuma vítima. “Isto foi crucial. Como dizemos sempre, a defesa civil é feita por todos. Ao contrário do que alguns costumam dizer, a natureza costuma sim dar sinais [de que algo está para ocorrer]. Felizmente, o motorista e outras pessoas não ignoraram os primeiros avisos e nos alertaram. Infelizmente, houve o prejuízo ao bem cultural, histórico, mas vidas podem ter sido salvas”.

O tráfego de veículos na região central de Ouro Preto continua interrompido. Embora não haja chuva, a Defesa Civil alerta para o risco de novas ocorrências em quase toda a cidade. “Com o sol, o solo, que já está muito saturado, tende a se rachar, abrindo fendas. E como há previsão de mais chuvas, pode ocorrer outros deslizamentos”, disse Paloma.

No município de Ouro Preto, 200 pessoas encontram-se desalojadas e outras 223 desabrigadas.

Com Agência Brasil

Edição: Roberth Costa
Giulia Di Napoli[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

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