Uma pesquisa publicada pelo Sebrae Minas, nesta terça–feira (17), mostrou que seis a cada 10 donos de brechós investem em lojas físicas e virtuais no estado. O estudo abordou o crescimento do mercado de roupas de segunda mão e analisou novos comportamentos dos consumidores e dos gestores desses empreendimentos.
Segundo o resultado da pesquisa, 22% das micro e pequenas empresas investem somente em lojas físicas, e a mesma porcentagem continua operando exclusivamente pelos canais digitais. O Sebrae coletou os dados entre outubro de 2023 e março de 2024, com cerca de 100 brechós de Minas Gerais.
“Minas Gerais se tornou referência nos últimos anos pelo crescimento de brechós, sendo uma das atividades com destaque em todo o país na geração de renda. No entanto, conquistar novos clientes é sempre um desafio a mais para os empreendedores, o que os motivam a buscar variadas opções de canais de vendas”, explica Tábata Moreira, analista do Sebrae Minas.
Tempo no ramo de brechós
Do total de donos de brechós entrevistados, 52% estão no ramo há mais de três anos. Dessa porcentagem, 16% estão no negócio de cinco a oito anos, e 13%, estão há mais de oito. Somente 16% estão na atividade há menos de um ano, e 31% disseram que trabalham com brechó de um a três anos.
“O ramo de brechós sempre teve uma dinâmica ao longo dos anos, com muitas entradas novas, mas se tornou uma base estável de operações a longo prazo. Isso significa que é uma atividade com boa retenção após o período crítico enfrentado por todo tipo de negócio, independentemente do setor”, analisa Moreira.
De acordo com o estudo, 47% dos brechós se preocupam com o marketing e em atrair novos clientes. A pesquisa mostrou que 41% dos donos de pequenos negócios têm como maior preocupação a aquisição de estoque, enquanto 25% disseram que a sazonalidade das vendas é o principal desafio do empreendimento.
Perfil dos consumidores
O estudo também analisou o perfil e o comportamento dos consumidores na hora de comprar peças em brechós. Dos entrevistados, 61% prefere o mercado de usados por causa da qualidade das peças. Outros 27% compram pela possibilidade de terem acesso a roupas de grife.
“Muitos clientes já se atentaram para o consumo consciente das peças e à possibilidade de adquirirem roupas de alto padrão que teriam um valor mais elevado nas lojas convencionais. Logo, eles estimulam o reuso das peças e contribuem para o fortalecimento dos negócios do setor”, diz Tábata. Confira o cenário de brechós em números:
Minas Gerais:
- 2.650 pequenos negócios
- 2.141 MEI (80,55%)
- 467 microempresas (17,57%)
- 42 empresas de pequeno porte (1,58%)
Belo Horizonte:
- 529 pequenos negócios
- 420 microempreendedores individuais (78,5%)
- 93 microempresas (17,38%)
- 16 empresas de pequeno porte (2,99%)
O Sebrae Minas criou “Moda Brechó”, uma iniciativa que oferece capacitações em gestão, finanças e marketing e incentivo à formalização. No programa, que é voltado para mulheres, as empreendedoras apredendem sobre estratégias de relacionamento com o cliente, marketing digital e técnica de vendas. Acesse a plataforma aqui.
O BHAZ fez uma matéria sobre brechós, upcycling e sustentabolidade em Minas Gerais, abordando como o setor de moda circular encontrou solo fértil entre os empreendedores do estado. A reportagem conversou com a fundadora do brechó on-line “Mares Garimpa”, entre outros profissionais do ramo. Leia neste link.