O Minaspetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais) informou na tarde desta segunda-feira (09) que alguns revendedores da marca Vibra – antiga BR distribuidoras — estão trabalhando com o estoque a níveis ‘extremamente baixos’. Os caminhoneiros transportadores de combustíveis e derivados de petróleo, que atuam em Minas, entraram em greve por tempo indeterminado na madrugada de hoje. Com a paralisação dos serviços, dezenas de caminhões-tanque estão parados próximo à sede da empresa em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Conforme o Minaspetro, caso a paralisação se estenda, há risco de desabastecimento em postas da bandeira. “A situação requer atenção, uma vez que os caminhoneiros que atendem a companhia não estão permitindo que os motoristas da modalidade FOB (quando o dono do posto é o responsável pelo frete) entrem na distribuidora para realização do carregamento”, escreveu.
Caminhoneiros reivindicam o cumprimentos de leis
Conforme o Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sinditanque-MG), os caminhoneiros reivindicam o cumprimento de duas leis. O pagamento do Piso Mínimo de Frete (Lei 13.703/2018) e do Vale-Pedágio Obrigatório (Lei 10.209/2001, regulamentada pela Resolução n.º 2885/2008, da Agência Nacional de Transportes Terrestres — ANTT).
Irani Gomes, presidente do sindicato, afirmou que a entidade apoia o movimento dos transportadores de combustíveis e de derivados de petróleo, por entender que há anos ambas as leis são descumpridas pela Vibra e demais distribuidoras que atuam em Minas.
“Com o descumprimento do Piso Mínimo de Frete e do Vale-Pedágio Obrigatório em Minas, os transportadores vêm acumulando prejuízos incalculáveis. Exigimos da Vibra o cumprimento imediato desses direitos dos transportadores, bem como a ampliação e intensificação da fiscalização aos contratantes de serviços de frete por parte da ANTT”, disse.
Caso não consigam negociar com a empresa, o presidente do Sinditanque-MG teme que o abastecimento de combustíveis em postos e aeroportos do estado seja comprometido em poucos dias.
Em imagens divulgadas pelo movimento, é possível ver uma grande quantidade de caminhões estacionados no Distrito Industrial Paulo Camilo Sul, nas proximidades da via de acesso à Refinaria Gabriel Passos (Regap).
O que diz a Vibra
Em nota, a Vibra explicou que está adotando “todas as medidas necessárias para mitigar eventuais riscos de desabastecimento e atendimento a seus clientes”. Além disso, reiterou que os contratos firmados com as empresas transportadoras encontram-se vigentes e precisam ser cumpridos, “sob pena da aplicação das penalidades previstas”.
“A Vibra reitera seu compromisso com a regularidade do abastecimento no estado de Minas Gerais e permanece em articulação com os órgãos competentes para assegurar a continuidade dos serviços. Ademais, informamos que a Cia. está sempre aberta ao diálogo individual com cada um de seus contratados, repudiando veementemente qualquer tentativa de combinação coletiva de preços que configuram, em tese, infração à legislação de defesa da concorrência, sujeita às sanções legais cabíveis, conforme estabelecido pelos órgãos competentes”, escreveu.
Antiga BR Distribuidora (Petrobras)
Distribuidora de combustíveis e lubrificantes com atuação em todo o Brasil, a Vibra é uma das maiores empresas de energia do país. Sua história remonta à BR Distribuidora, que era propriedade da Petrobras até 2017, quando foi privatizada.
Atualmente, a Vibra tem uma forte presença em postos de combustível, com diversas marcas e serviços. A empresa também é líder no mercado de distribuição de combustíveis de aviação e no mercado de solventes.
