O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) concedeu habeas corpus ao ex-padre Bernardinho, acusado de estupro de vulnerável, nesta quinta-feira (28). O pedido foi apresentado pela defesa de Bernardinho, após ele ficar 36 dias preso. Agora, o suspeito passa a responder em liberdade com uso de tornozeleira eletrônica.
Em outubro deste ano, a Polícia Civil prendeu em Juatuba, na Grande BH, Bernardino Batista dos Santos, um ex-padre de 77 anos. A prisão trouxe à tona uma série de acusações. De acordo com as investigações, pelo menos 50 meninas, jovens e mulheres podem ter sido violentadas pelo homem. Os crimes teriam ocorrido desde 1980, mas para o julgamento serão utilizados apenas os casos de 2012 até hoje.
O ex-líder religioso foi indiciado por uma denúncia de abuso contra uma menina de 4 anos, ocorrido em 2016, em um sítio localizado no município de Tiros, região do Alto Paranaíba, onde ele promovia excursões cristãs. No entanto, segundo a investigação da Polícia Civil, os primeiros casos de abuso sexual envolveram crianças e adolescentes, com idades entre 3 e 11 anos, na década de 1980.
A maior parte das denúncias está relacionada ao período em que ele atuava como padre da Paróquia Nossa Senhora Medianeira e Santa Luzia, no bairro Paraíso, região Leste de Belo Horizonte.
Discussão na Assembleia Legislativa
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) marcou uma audiência pública, da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, para a próxima sexta-feira (6), com objetivo de discutir sobre as dezenas de denúncias de abuso sexual contra o ex-padre.
Os deputados usarão a audiência para analisar como o caso está sendo tratado pela Justiça, pela segurança pública e pela Arquidiocese. É esperado que representantes da Igreja Católica compareçam para pronunciamento.