Fiquei com um anel preso no dedo: E agora, o que fazer?

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Socorristas do Corpo de Bombeiros removem anel preso do dedo de rapaz (Corpo de Bombeiros/Divulgação)

Você certamente conhece alguém que, em algum momento, passou pelo sufoco de ficar com um anel preso no dedo. A ocorrência é bastante comum. Segundo o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, pelo menos 589 casos foram atendidos de janeiro a setembro de 2021. Mas, o que fazer quando um anel fica preso no dedo?

Por ser um incidente que pode ocorrer com qualquer um, de crianças a adultos, muita gente recorre a vídeos na internet e a métodos caseiros para retirar um anel preso do dedo. No YouTube, as dicas podem ser facilmente encontradas. No entanto, a recomendação é de que as pessoas procurem ajuda o quanto antes e não tentem jeitos improvisados, já que a situação pode piorar.

Quais os riscos de ficar com um anel preso no dedo?

Quando um anel fica preso no dedo os primeiros sinais de que há algo errado são inchaço, dores intermitentes e coloração roxa da área mais afetada pela falta de circulação. O médico angiologista e cirurgião vascular, Guilherme Jonas (CRM-44020), conta que quando um anel fica preso no dedo ocorre um “estrangulamento da circulação”. Segundo ele, a situação pode ser comparada com uma horta que recebe irrigação e fica enxarcada sem um processo de drenagem.

“O que ocorre é um estrangulamento da circulação. A circulação dos dedos conta com vasos que levam o sangue, as artérias, e vasos que voltam com o sangue, as veias. Quando existe o estreitamento, ele atrapalha a veia que ia voltar com o sangue, a circulação de retorno”, explica.

Anel preso no dedo: Ocorrência é bastante comum
(Corpo de Bombeiros/Divulgação)

“É um processo que se autoalimenta, as artérias que levam sangue para os dedos são mais profundas. As que voltam com o sangue da ponta do dedo vão sofrer um processo de fechamento, por conta da compressão, o que pode levar a um processo inflamatório secundário, pela falta de drenagem”.

O médico conta que o corpo responde rapidamente ao processo de estrangulamento. “O membro fica cada vez mais inchado e o corpo responde com mediadores hormonais, receptores de dor, algo extremamente doloroso. Incha tanto que atrapalha a chegada de sangue”.

Por fim, o especialsita conta que, em casos extremos, é possível que os pacientes tenham gangrena e até mesmo percam o dedo. “Em pronto-socorro existem alicates próprios para se fazer a retirada sem maiores prejuízos. A dor é tão forte, tão insuportável, que geralmente as pessoas procuram auxílio médico”, finaliza.

O que fazer quando um anel fica preso no dedo?

O sargento Filipe Miranda, do Corpo de Bombeiros de Minas, explica que alguém com anel preso no dedo deve se direcionar a um quartel ou unidade mais próxima da corporação para receber ajuda. Foi o que fez um morador de Bocaiúva, no Norte do estado, na semana passada. Ele recebeu atendimento no Posto Avançado da cidade. Lá, socorristas utilizaram a técnica da linha para fazer a retirada segura do anel, sem provocar ferimentos adicionais.

Bombeiros ajudam a remover aliança do dedo de rapaz em Bocaiúva
(Corpo de Bombeiros/Divulgação)

“Por mais que possa parecer simples, o ideal é ir buscar ajuda dos bombeiros. A gente assume essa responsabilidade de retirar o anel com segurança. Caso alguém tente em casa e dê algo errado, como na técnica da linha, por exemplo, pode acarretar um problema mais sério como cortar um vaso sanguíneo”, conta.

O socorrista ainda diz que uma tentativa equivocada de se retirar um anel preso do dedo pode piorar a situação. “Se de repente a pessoa faz esse procedimento em casa, e ocorre algum problema, e o dedo ficar com a circulação presa, a gente precisa usar outras ferramentas um pouco mais envasivas”, afirma.

“A gente evita isso fazendo a primeira técnica da linha, por isso o ideal é ir direto para a unidade para retirar em segurança e não precisar de outro procedimento mais complexo”.

Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

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