Uma grávida de 22 anos foi agredida durante uma abordagem policial, em Extrema, no Sul de Minas, na última segunda-feira (26). Familiares contam que a jovem recebeu socos e chutes por diversas vezes. Um vídeo que mostra a ação policial – que está sendo apurada pela corporação – viralizou nas redes sociais nos últimos dias.
A PM foi acionada para atender uma briga familiar no bairro Cachoeira. O entrevero começou quando um homem foi à casa da ex-companheira para entregar dinheiro à neta. Os moradores do imóvel não gostaram da presença dele e começaram a agredi-lo com socos. O homem, então, revidou ao dar garrafadas no filho, de 22 anos.
Mais tarde, o filho agredido aproveitou que o pai estava no trabalho para cortar, com uma faca, os quatro pneus do carro dele. O pai, então, acionou os militares e disse que, além do dano no veículo, havia sido ameaçado de morte pelo filho.
Discussão e agressão
Quando chegaram ao endereço, os militares identificaram o filho e afirmam ter encontrado um ambiente hostil. “Foi realizada a prisão do autor supracitado. No local da prisão, outras pessoas tentaram impedir a atuação da PM com desacato e resistência”, afirmou o comando do 59º Batalhão de PM, responsável pelo policiamento na cidade.
Os envolvidos, no entanto, criticam a atuação da PM. “Os policiais chegaram já prendendo e nem quiseram saber o que acontecia”, disse um familiar ao BHAZ sob anonimato. Após o rapaz ser detido, o clima esquentou de vez: discussão e troca de agressões.
Na confusão, um militar dá socos em uma grávida de cinco meses. “Eu estava sendo sufocada por um policial, quando a gestante tentou me ajudar. Nesta hora ela começou a ser agredida. O cara [policial] deu uma sequência de murro na cara e no rosto dela, além de golpe de cassetete na perna”, afirma o envolvido à reportagem
No registro da ocorrência, os militares dizem que foram chamados de “vagabundo”. Por nota, o comando diz que “um dos policiais militares agredido necessitou de atendimento médico, sendo medicado e liberado posteriormente”.
‘Deveria ter batido mais’
Após a confusão se acalmar um pouco, a gestante foi levada a uma unidade de saúde com dores na barriga – e o olho roxo. “Ela só fica com ele fechado, porque nem está dando para abrir. Nós chegamos a falar pro policial que ela é grávida e não poderia bater, mas ele não quis nem saber. No final disse que deveria ter batido mais”, afirma.
A Polícia Militar, por sua vez, alega que vai “apurar os fatos em questão e a conduta de cada PM atuante na ocorrência”.
Todos detidos
A briga terminou com todos os envolvidos levados para a delegacia. Um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) foi registrado e uma audiência está marcada para 10 de maio. “As pessoas envolvidas no cometimento dos crimes em questão, foram presas em flagrante e liberadas após assinarem o termo de compromisso a comparecer à audiência no juizado especial criminal”, afirma a corporação.
Nota da PMMG
“O Comando do 59º Batalhão de Polícia Militar de Minas Gerais vem esclarecer a circulação nas redes sociais de um vídeo que mostra a atuação de policiais militares em atendimento de ocorrência na manhã de segunda-feira (26) de abril, no bairro cachoeira II na cidade de Extrema/MG.
Na data dos fatos a Polícia Militar foi acionada via 190 a comparecer no local, pois um homem informava que seu filho havia lhe ameaçado de morte e em seguida furado os quatro pneus de seu automóvel.
Com a chegada da equipe policial militar foi identificado o local em que estava o autor dos crimes de ameaça e dano.
Diante deste cenário foi realizada a prisão do autor supracitado. No local da prisão, outras pessoas tentaram impedir a atuação da PM com desacato e resistência.
Vale salientar que um dos policiais militares agredido necessitou de atendimento médico, sendo medicado e liberado posteriormente.
A Polícia Militar registrou o boletim de ocorrência pelo cometimento dos crimes de dano e ameaça cometidos pelo filho do solicitante e crime de desacato e resistência pelas mulheres que estavam no local.
O Comando da Unidade irá apurar os fatos em questão e a conduta de cada PM atuante na ocorrência.
As pessoas envolvidas no cometimento dos crimes em questão, foram presas em flagrante e liberadas após assinarem o termo de compromisso a comparecer à audiência no juizado especial criminal”.
