Enquanto investiga denúncias de tortura física e psicológica em uma clínica terapêutica, a Polícia Civil prendeu em flagrante um interno do local. O homem é suspeito de estuprar outra paciente do local, que tem transtornos mentais. Os mandados foram cumpridos em uma clínica em Campo do Meio, no Sul de Minas, nessa sexta-feira (30).
A Polícia Civil investiga mais denúncias de abusos sexuais na clínica de recuperação, além de outras irregularidades. Ontem, as equipes de policiais civis de Campos Gerais recolheram materiais que podem servir de prova no inquérito policial. Os agentes também fizeram levantamentos de perícia técnica.
Os pacientes da clínica foram submetidos a exames médicos e encaminhados à Delegacia de Polícia Civil em Campo do Meio, onde prestaram depoimento sobre o tratamento recebido no local. As investigações continuam e, segundo a corporação, “outras informações serão fornecidas em momento oportuno”.
Casos recorrentes
A Polícia Civil ainda investiga outras denúncias contra clínicas terapêuticas ao redor do estado. Nessa quarta-feira (28), quatro pessoas foram presas em flagrante em um estabelecimento para dependentes químicos na cidade de Patrocínio, região do Alto Paranaíba. Ex-pacientes e familiares denunciaram agressões físicas, torturas e tratamento degradante dentro do espaço de reabilitação.
Além das agressões, torturas e tratamento degradante para quem estava em recuperação da dependência química, os ex-pacientes e seus familiares denunciaram a existência de pacientes trancados em um cômodo conhecido como “capelinha”. Os quatro presos pela Polícia Civil são os responsáveis pela clínica.
Ainda no dia 16 de julho, vinte e sete pessoas que estavam internadas em uma clínica de reabilitação em Mateus Leme, na Grande BH, foram resgatadas pela corporação. Segundo depoimentos das vítimas, que são dependentes químicas, elas sofriam tortura, eram privadas de alimentação e de cuidados médicos e recebiam ameaças, entre outras denúncias.
No dia anterior, outra clínica de reabilitação foi alvo de operação da Polícia Civil, junto do MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) e da Polícia Militar. As corporações já haviam confirmado que os internos do local, que fica em Elói Mendes, no Sul de Minas, eram mantidas em condições degradantes, em operação de fiscalização deflagrada no início do mês (relembre aqui).
