Kalil vai ao STF para defender emenda de cota mínima de Furnas: ‘Não vamos brigar com ninguém’

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Kalil vai se reunir com a ministra Carmen Lúcia para defender a cota mínima de 762 m para o Lago de Furnas (Victor Oliveira/Divulgação)

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), anunciou que vai se reunir, na próxima segunda-feira (20), com a ministra Carmen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal). No encontro, Kalil, que também é presidente da Frente Mineira de Prefeitos, vai defender a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 52/20, que prevê a cota mínima de 762 metros para o Lago de Furnas.

O reservatório, conhecido como “Mar de Minas”, abrange 34 municípios no Sul e no Centro-Oeste mineiros e é utilizado especialmente pelos setores de turismo, agricultura, piscicultura e transporte. A reunião foi anunciada hoje (17) pelo prefeito durante um encontro organizado pelas associações dos Municípios do Lago de Furnas e dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Grande, em Alfenas, no Sul de Minas.

“Nós temos que esclarecer para todo mundo que essa é uma reunião de trabalho. O que tenho que fazer como presidente da Frente [Mineira de Prefeitos], e como mineiro, é defender essa região que está sendo esmagada e massacrada por esse problema gravíssimo que é o marco 762 de altura de Furnas”, afirmou Alexandre Kalil. 

‘Não vamos brigar com ninguém’

Durante a reunião de hoje, ao lado do presidente da ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais), deputado Agostinho Patrus, e do diretor Jurídico do Senado, Alexandre Silveira, Kalil se mostrou preocupado com a escassez hídrica na região. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema, no mês passado o lago atingiu o patamar de 754,97 metros.

“Quero anunciar para todo o pessoal da região que a ministra vai nos receber para tratar exclusivamente desse assunto. Isso é uma coisa que depende de ação, que depende de a gente trabalhar. Nós não vamos brigar com ninguém”, disse.

“O que Minas tem que começar a fazer é lutar para que nenhuma região, como o Sudoeste, o Sul de Minas — como o Norte de Minas com problema da Sudene que nós sabemos é muito grave — que não fique abandonado e que não fique parado em gavetas. O governo federal tem que saber que isso aqui é uma posição da região e do povo de Minas Gerais”, defendeu Alexandre Kalil. 

Alerta

O volume atual do Lago de Furnas só não é menor do que foi registrado em agosto de 2001, quando o Brasil passou por um racionamento de energia. Em função disso, a ALMG aprovou, em dezembro de 2020, uma PEC que institui o tombamento dos lagos de Furnas e Peixoto como patrimônios imateriais do Estado. Desde então, as cotas mínimas passaram a integrar a Constituição Mineira.

Para Agostinho Patrus, a cota mínima é fundamental para o desenvolvimento social e econômico da região. “Agora que Furnas tem um número abaixo de 762 metros, a gente tem uma redução do número de empregos, tem menos atividade econômica e tem piora na qualidade de vida das pessoas”, destacou. 

Edição: Giovanna Fávero
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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