Mariana receberá R$ 14,2 milhões do BNDES para restaurar bens imóveis e criar museu

Praça Minas Gerais, perímetro histórico de Mariana

O patrimônio histórico de Minas Gerais, especificamente dois bens imóveis da cidade de Mariana, a 100 quilômetros de Belo Horizonte, vai receber aporte de R$ 14,2 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 

Serão restaurados o complexo arquitetônico da Igreja de São Francisco de Assis e da Casa do Conde de Assumar, permitindo a implantação do Museu da Cidade de Mariana, que reunirá as duas construções históricas. O apoio financeiro é não reembolsável.

Oriundos da Lei Rouanet, os recursos do BNDES correspondem a 94% do custo total do projeto de restauro – orçado em R$ 15,1 milhões – e vão permitir a implantação do museu. 

A proposta do Museu da Cidade de Mariana consiste em um percurso que terá início na Casa do Conde de Assumar, passar por vestígios arqueológicos que se encontram no jardim entre as duas construções históricas, adentrar a Igreja de São Francisco de Assis e será finalizado na Praça Minas Gerais, um dos principais cartões postais do Estado.

A Casa do Conde de Assumar foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1938. Construída provavelmente em 1715 para moradia do então governador da Capitania de Minas Gerais e São Paulo – o Conde de Assumar , a Casa encontra-se totalmente escorada, com grave risco de arruinamento, necessitando de restauração urgente.

A Igreja de São Francisco de Assis, por sua vez, data de 1794 e conta com fachada e elementos ornamentais (como púlpito, retábulo-mor, lavabo e teto da capela-mor) de autoria de Aleijadinho e pinturas artísticas de Manuel da Costa Ataíde. Com traços característicos do período Barroco, a Igreja era um dos monumentos mais visitados de Mariana até sua interdição em 2013, devido ao risco de arruinamento.

Ações educativas e resgate de ofícios tradicionais

Além do restauro das duas construções, o projeto apoiado pelo BNDES também prevê a realização de ações educativas sobre a importância do patrimônio histórico por meio de visitas monitoradas ao canteiro de obras.

O projeto prevê ainda a sinergia com outra iniciativa apoiada pelo banco, a Escola de Ofícios, um programa de formação nos ofícios tradicionais da construção civil considerados patrimônio imaterial de Minas Gerais. As obras do conjunto arquitetônico do Museu de Mariana poderão servir de canteiro de aprendizagem para os alunos e integrantes do programa.

Previsto para ter início em outubro, o projeto de restauração deve estar concluído até o final de 2021. Uma vez concluído, a gestão das edificações será compartilhada: a Casa do Conde de Assumar, sede do museu, será de responsabilidade da Prefeitura de Mariana e a Igreja de São Francisco de Assis, de responsabilidade da Arquidiocese da cidade. Ambas também deverão destinar recursos para manutenção das respectivas construções pelo período de 20 anos a contar da assinatura do contrato com o BNDES.

Primeira vila de Minas

Mariana foi a primeira vila, cidade e capital do Estado de Minas Gerais. No século 17, transformou-se na maior produtora de ouro para o Império Português, datando dessa época o importante patrimônio arquitetônico barroco da cidade.

O projeto de restauração dos imóveis e a criação do Museu de Mariana fortalecerá a vocação de turismo cultural da cidade, ajudando a mitigar os impactos decorrentes do desastre ambiental ocorrido no município, em 2015, criando outras atividades econômicas alternativas à mineração – que ainda hoje tem grande relevância para a cidade.

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