Responsáveis por clínica de reabilitação são presos por maus-tratos na Grande BH

Divulgação/Polícia Militar

Três pessoas ligadas a uma clínica de reabilitação foram presas em São Joaquim de Bicas, na Grande BH, após a Polícia Militar receber denúncias de maus-tratos contra pacientes. Um revólver e uma munição foram apreendidos.

De acordo com a PM, um paciente havia cruzado com militares que realizavam patrulhamento de rotina nas ruas do município e denunciou que estava sendo mau tratado por funcionários da Clínica Restaurando Vidas, com punições que incluíam agressões físicas e psicológicas, além de ameaças com arma de fogo. Os militares se deslocaram até o local para realizar as buscas e já na entrada se depararam com uma perfuração na parede.

Inicialmente, os funcionários do local não autorizaram que a polícia entrasse no quarto do responsável pela clínica – um pastor evangélico -, local onde os internos apontaram que supostamente estariam as armas. Após receber outras denúncias, no entanto, os militares encontraram, dentro de um guarda-roupas, um revólver e munição calibe 38.

As denúncias

Na ocasião, os militares conversaram com internos, que confirmaram as denúncias de ameaças e agressões. Um deles relatou que um dos funcionários já havia amarrado uma corrente em seu pescoço, simulando uma coleira, com o intuito de ridicularizá-lo na frente dos demais pacientes. Outro, por sua vez, relatou que foi obrigado a capinar um lote durante três dias seguidos em situação extremamente degradante, sem nem ao menos ter o direito de beber água.

Os internos ainda asseguraram que os disparos com a arma de fogo já se tornaram situação corriqueira. Além disso, reclamaram também da falta de higiene e de infraestrutura do local; um dos pacientes contou que dormia no chão e outros relataram que a alimentação deles era baseada nas sobras da comida dos funcionários.

A Clínica Restaurando Vidas é um espaço privado de reabilitação, que atende deficientes físicos, idosos, portadores de doenças mentais e dependentes de drogas e de álcool. Os pacientes são obrigados a contribuir financeiramente com a manutenção do local. Um dos internos afirmou que o funcionário o acompanhava até o banco no dia do pagamento de sua aposentadoria e sacava todo o dinheiro.

Ação da PM

No momento da ocorrência, a Polícia Militar fez contato com a Prefeitura de Bicas, com o intuito de disponibilizar assistência aos internos. A ideia era que eles fossem encaminhados a um outro local até que a situação se resolvesse; pela falta de opção, uma das funcionárias da clínica, que não estava envolvida na denúncia, ficaria responsável pela unidade até a manhã desta segunda (1º), quando o destino dos pacientes e a situação da clínica seriam definidos.

Em nota, a prefeitura explica que entrou em contato com a clínica na manhã desta segunda e foi informada, por meio da assistente social que ficou responsável pelo local ontem, que o vice-presidente assumiu a direção e que os trabalhos continuarão normalmente. Afirma, ainda, que trata-se de uma clínica privada que tem alvará expedido pelo Governo do estado.

Rodrigo Salgado

Repórter do Portal Bhaz.

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