Médica é indiciada em Minas por não aplicar soro em criança morta por picada de escorpião

18/06/2025 às 13h22
(Reprodução/Ministério da Saúde)

Uma médica de 45 anos foi indiciada por homicídio culposo – quando não há intenção de matar – em Itanhomi, no Vale do Rio Doce. De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), a profissional teria sido a responsável pela morte de uma criança de 4 anos, picada por um escorpião.

As investigações apontaram que a médica não aplicou na vítima o soro antiescorpiônico, mesmo diante dos sintomas e da recomendação de outros profissionais de saúde. A criança deu entrada no hospital no dia 16 de setembro de 2023.

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Conforme apurado, mesmo com o antídoto disponível na unidade, a médica optou por manter o paciente em observação e, em seguida, liberá-lo.

Por sugestão de outra profissional do hospital, a família decidiu levar a criança para Governador Valadares, município a 54 quilômetros de distância. A vítima foi encaminhada à UTI pediátrica, mas não resistiu e morreu no dia seguinte.

Investigação

Após instaurar inquérito, a Polícia Civil realizou oitivas, perícias, coleta de documentos e o interrogatório da investigada. Também foi anexado aos autos o laudo do Instituto Médico-Legal, que confirmou a causa da morte pela picada de escorpião, além de apontar negligência médica no atendimento inicial.

“Com base nos elementos reunidos, ficou comprovado que a conduta da médica, além de contrariar os protocolos do Ministério da Saúde, evidenciou inobservância de regra técnica e desconsideração da vulnerabilidade da vítima”, informou a PCMG em nota.

Além do indiciamento por homicídio culposo, a PCMG também representou pela suspensão cautelar do exercício profissional da médica, por considerar que a conduta demonstrou despreparo técnico e psicológico, colocando em risco a vida de outras pessoas.

Para o delegado Rodrigo Luiz Nalon Moreira, “trata-se de uma tragédia que poderia ter sido evitada com o cumprimento dos protocolos básicos de atendimento. A investigação foi conduzida com rigor técnico, e os elementos indicam uma falha grave no exercício da medicina”.

Isabella Guasti

Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022 e também de reportagem premiada pelo Sebrae Minas em 2023. Vencedora do prêmio CDL/BH de jornalismo 2024.

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Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022 e também de reportagem premiada pelo Sebrae Minas em 2023. Vencedora do prêmio CDL/BH de jornalismo 2024.

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