Duas médicas e uma técnica em enfermagem de Ipatinga, no Vale do Rio Doce, foram denunciadas por omissão na morte de uma bebê recém-nascida. As profissionais não prestaram socorro à vítima, que teve uma parada cardiorrespiratória e morreu.
Segundo o Ministério Público de Minas Gerais, um casal levou a filha que estava com dificuldades de respirar a uma UBS (Unidade Básica de Saúde) em agosto de 2019. Mesmo diante da gravidade do quadro, a técnica de enfermagem orientou que os pais levassem a criança ao Hospital Márcio Cunha, já que não havia nenhum médico na unidade de saúde.
No caminho até o hospital, no entanto, o bebê sofreu uma parada cardíaca. Apesar de ter sido prontamente atendido por médicos e enfermeiros do hospital, teve uma nova parada cardiorrespiratória e evoluiu a óbito.
Médicas deveriam estar no trabalho
Com o avançar das investigações foi possível constatar que uma das médicas registrou o ponto de entrada para iniciar sua jornada de trabalho na UBS. No momento dos fatos, contudo, ela não estava no seu posto de trabalho.
A outra médica denunciada também deveria também estar no posto de saúde, mas ela não compareceu à unidade no dia do ocorrido. Dias depois ela apresentou um atestado médico assinado pela colega que também foi denunciada.
As duas médicas foram denunciadas ainda pelo crime de falsidade de atestado médico. Segundo apurado, uma das médicas atestou que a outra necessitava afastar-se das atividades laborais, pelo período de um dia, por motivo de doença, sem, contudo, indicar qual seria a enfermidade que a acometia.
Na denúncia, o MPMG requer, ainda, que seja fixada reparação de R$ 100 mil a título de dano moral.
