A variante Mu do coronavírus, encontrada inicialmente na Colômbia no início deste ano, já infectou pelo menos cinco pessoas em Minas Gerais. Os casos aparecem no painel de monitoramento da Covid-19 da SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais), atualizado nesta sexta-feira (3). De acordo com a pasta, os casos estão sendo investigados pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS).
Segundo o painel, três infecções pela variante Mu foram identificadas em Virginópolis e outras duas em Guanhães, duas cidades do Vale do Rio Doce. Procurada pelo BHAZ, a SES-MG informou que “o Observatório de Vigilância Genômica de Minas Gerais (OViGen-MG) tem realizado o monitoramento semanal das variantes circulantes no estado, por meio da amostragem aleatória realizada em 10 Unidades Regionais de Saúde, escolhidas estrategicamente devido à localização geográfica no território mineiro, totalizando 200 amostras analisadas por semana”.
A pasta também reforça que é imprescindível que a população se vacine contra a Covid-19 e informa que solicitou ao Ministério da Saúde o envio de doses adicionais de imunizantes. Informações detalhadas a respeito do estado de saúde e do perfil demográfico dos pacientes infectados pela variante Mu não foram repassadas.
O BHAZ procurou o Ministério da Saúde para saber se o órgão já foi notificado sobre os casos, e aguarda retorno. Ainda segundo o painel de monitoramento da SES-MG, o estado já registra 236 casos da variante Delta do coronavírus.
Variante Mu acende alerta
Em seu boletim epidemiológico semanal, a OMS (Organização Mundial da Saúde) fez um alerta para a variante Mu, identificada inicialmente na Colômbia em janeiro de 2021. A variante B.1.621 foi classificada como variante de interesse, termo utilizado para designar tipos do vírus que devem ser monitorados por autoridades de saúde, com análise sobre risco para a saúde pública.
“A variante Mu tem uma constelação de mutações que indicam propriedades potenciais de escape imunológico. Dados preliminares apresentados ao Grupo de Trabalho sobre Evolução do Vírus mostram uma redução na capacidade de neutralização dos pacientes similar à registrada na variante Beta, mas isso ainda precisa ser confirmado por novos estudos”, diz o documento.
Desde o primeiro registro da variante, em janeiro deste ano, foram notificados casos esporádicos na Colômbia, com notícias de contaminações em outros países da América do Sul e da Europa. Em agosto, foram informados casos por 39 países.
Na Colômbia e no Equador, a incidência da variante cresceu, chegando, respectivamente, a 39% e 13%. “Mais estudos são necessários para compreender as características clínicas dessa variante”, recomendou a OMS. A título de comparação, a variante Delta está em 170 países, a Beta em 141 e a Gama em 91.
Agência Brasil