O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), começou a intensificar a vacinação contra a coqueluche nos 853 municípios do estado. A campanha tem início nesta segunda-feira (2) e segue até o dia 31 de março do ano que vem.
“O objetivo da SES-MG é aumentar a proteção de públicos que lidam diretamente com grávidas, recém-nascidos e crianças de até três meses de idade, que ainda não receberam esta vacina”, salienta o subsecretário de Vigilância em Saúde, Eduardo Prosdocimi.
Para a ação, serão disponibilizadas 223.796 doses da vacina DTPa, que já estão sendo distribuídas para as Unidades Regionais de Saúde (URS) em todo o estado, de acordo com a demanda de cada município.
“É fundamental que o governo consiga aumentar o público com acesso a essa vacina para diminuirmos a possibilidade de casos, inclusive graves, e tentar evitar todo e qualquer óbito dessa doença, que é imunoprevenível, e que, portanto, pode e deve ser evitada com o uso da vacina”, afirma Prosdocimi.
O público-alvo da campanha inclui:
- Profissionais de saúde pública e privada, ambulatorial e hospitalar, especialmente aqueles que atuam em ginecologia, obstetrícia, parto, pós-parto, UTI, UCI neonatal e pediatria;
- Doulas, que acompanham gestantes durante a gravidez, parto e pós-parto;
- Trabalhadores de berçários e creches que cuidam de crianças até 4 anos de idade.
“Para se vacinar, basta que o profissional de saúde apresente documento de identificação e de comprovação da sua atuação à unidade de saúde. Portanto, teremos as vacinas habituais do calendário das crianças que iniciam o esquema vacinal a partir do terceiro mês e também para os profissionais de saúde, em todas as unidades de saúde do estado de Minas Gerais”, explica o subsecretário.
Duas mortes são confirmadas
De acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), em 2024, até a Semana Epidemiológica 46 (de 10 a 16 de novembro), foram notificados 991 casos suspeitos, sendo 439 confirmados para a doença e dois óbitos. As mortes foram de recém-nascidos cujas mães não tomaram a vacina dTpa durante a gravidez.
De 2021 a 2023, foram 14 casos confirmados em cada ano, sem registros de óbitos pela doença. Em 2020 foram 37 casos confirmados, também sem nenhum óbito.
Cobertura
A vacinação é fundamental para prevenir a coqueluche, especialmente em crianças de até 6 anos, 11 meses e 29 dias e a meta de cobertura recomendada para a vacina é de 95%.
De acordo com o Painel de Vacinação do Calendário Nacional do Ministério da Saúde, a cobertura vacinal no estado, entre janeiro e agosto de 2024, das vacinas que protegem contra a coqueluche, chegou a 87,6% para a vacina pentavalente (que imuniza contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae do tipo b e hepatite B) e 87,62% para a DTP (que imuniza contra a difteria, tétano e coqueluche).
Já a vacina dTpa – Gestantes, alcançou 94,02% de cobertura vacinal. Os dados são parciais e estão sujeitos a alterações.
O que é coqueluche?
Coqueluche, também conhecida como tosse comprida, é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Bordetella pertussis. Ela afeta principalmente o sistema respiratório e se caracteriza por uma tosse seca e forte. Essa doença é altamente contagiosa, podendo se espalhar facilmente de uma pessoa para outra por meio de gotículas que saem na fala, espirro ou tosse. Em bebês e crianças, pode resultar em um número elevado de complicações e até mesmo no óbito.
Sintomas
Os sintomas da coqueluche costumam aparecer em três fases, durando de 6 a 12 semanas:
Fase catarral (1 a 2 semanas):
- Nariz escorrendo (Coriza);
- Febre baixa;
- Espirros;
- Tosse leve e ocasional com aumento gradual que segue a próxima fase.
Fase paroxística (2 a 6 semanas):
- Tosse intensa e rápida, que pode durar vários minutos;
- Tosse com um som característico de “guincho” ao final;
- Vômitos após os episódios de tosse;
- Fadiga extrema após os episódios de tosse.
Fase de convalescença (semanas a meses):
- Redução gradual da tosse;
- Episódios de tosse podem reaparecer com a instalação de outras infecções respiratórias.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é feito por meio de exames clínicos e laboratoriais. A cultura (exame padrão ouro) e o PCR coletados por meio de swab da nasofaringe devem ser sempre priorizados. A coleta deve ser realizada em até 72 horas do início da administração dos antibióticos.
O tratamento é feito com antibióticos, que são essenciais para eliminar a bactéria e reduzir a transmissão da doença. Além disso, são recomendados cuidados de suporte que incluem repouso, hidratação adequada e medicamentos para aliviar os sintomas. É indispensável manter o paciente isolado até o término do antibiótico para evitar a propagação da doença.