MPMG denuncia grupo que lesou 15 mil consumidores com vendas falsas pela internet

Compras online
Organização criminosa usava dados de pessoas em situação de rua (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Uma organização criminosa foi denunciada por vender produtos de baixo valor pela internet, sem entregá-los ao consumidor. Segundo a apuração do MPMG (Ministério Público de Minas Gerais), estima-se que 15 mil pessoas tenham sido lesadas em 22 sites diferentes. Sete pessoas foram denunciadas por organização criminosa com participação de adolescentes e lavagem de dinheiro.

Segundo a denúncia, da 6ª Promotoria de Justiça de Poços de Caldas, os denunciados informavam aos clientes que trabalhavam com dropshipping. Nesse mecanismo de venda, o comerciante online não dispõe de estoque, mas encaminha o pedido, de forma que ele passe a ser responsabilidade do fornecedor, normalmente da China. Por esse motivo, o prazo de entrega pode chagar a três meses.

O grupo denunciado pelo MPMG recebia os valores, efetuava parte das entregas e gerava recibos que eram copiados e usados para esconder o restantes das entregas que não eram feitas. Quando recebiam reclamações, eles desativavam o site de vendas e criavam outro, repetindo o mecanismo de ação.

Com o aumento do volume de vendas, passaram a usar laranjas, cooptando usuários de drogas, moradores de rua e familiares. Eles usavam os dados dessas pessoas na abertura de contas, pagando entre R$ 300 e R$ 3 mil.

Lavagem de dinheiro

Em menos de um ano, os denunciados movimentaram mais de R$ 4 milhões, apesar de não terem fonte de renda e se declararem isentos do pagamento do Imposto de Renda. Para dissimular a origem do dinheiro, eles criaram empresas e investiram na compra de carros de luxo.

Os denunciados pagavam as redes sociais para impulsionar as vendas, atingindo consumidores de todo o país. O MPMG requereu também a aplicação de multa diária às empresas, até que informem os valores recebidos para impulsionamento dos sites falsos. Apenas no Facebook, segundo o relatório de investigação, foram aplicados R$ 106 mil.  

Crimes

Os denunciados vão responder pela criação de organização criminosa. A lei prevê reclusão de três a oito anos e multa, com aumento de um sexto a dois terços pela participação de adolescentes. Eles serão investigados também pela lavagem de dinheiro, cuja pena é de reclusão de três a 10 anos, além de multa, com aumento da pena de um a dois terços se o crime foi cometido de forma reiterada ou por organização criminosa. Três pessoas vão responder por liderar a organização criminosa.

Com MPMG

Edição: Giovanna Fávero
Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!