Para mulher é mais caro? Procon de Juiz de Fora mostra que sim; entenda o que é a ‘Taxa Rosa’

Produtos destinados a mulheres costumam ser mais caros em estabelecimentos comerciais (Reprodução/Redes sociais)

O Procon da Prefeitura de Juiz de Fora divulgou, nesta sexta-feira (8), a pesquisa “Taxa Rosa: Por que é mais caro ser mulher?”. O estudo analisou os preços de produtos com o objetivo de entender a prática da “taxa rosa”, que consiste em cobrar mais caro por produtos destinados especificamente para mulheres.

De acordo com a pesquisa, os produtos em que a diferença de preço é mais notável são lâminas de depilação, produtos de higiene pessoal, como sabonetes e desodorantes e cortes de cabelo. “No caso das lâminas, um produto da mesma marca e com as mesmas especificações, porém da cor rosa, tem o preço consideravelmente maior”, diz trecho do documento.

A pesquisa foi realizada de forma online e presencial em estabelecimentos de Juiz de Fora e comparou preços entre versões comuns e ditas específicas para mulheres de produtos utilizados no cotidiano. Confira o material completo neste link.

Nas variações observadas pela internet, o shampoo foi o produto com maior variação de preço, sendo o destinado para mulheres R$10,72 mais caro que a versão específica para homens. No levantamento presencial, o produto com maior variação foi o remédio para dor, que não apresentou igualdade de preço nos quatro estabelecimentos observados. 

Diferença desde a infância

Brinquedos e outros itens direcionados a crianças também são mais caros quando são destinados a meninas, mesmo sendo iguais. Conforme apurado pelo estudo, brinquedos infantis de cor rosa ou com desenhos que possam ser mais atraentes para meninas tendem a ser mais caros.

Em vários casos, produtos estampados com personagens licenciados pela mesma empresa têm preços mais altos quando são considerados “de menina”. Até mesmo roupas e utensílios para recém-nascidos de cor rosa são mais caros quando comparados a itens de outras cores.

Como fugir da ‘taxa rosa’?

Ainda não existe, no Brasil, legislação que proíba a ‘taxa rosa’, mas já existem diretrizes de proteção e defesa das consumidoras despachadas pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), em 2023. O principal ponto desse posicionamento é a defesa da igualdade entre gêneros nas relações de consumo, além de prezar por uma comunicação não sexista e pela não discriminação.

Para a supervisora de estudos e pesquisas do Procon de Juiz de Fora, Gisele Zaquini, é válido ponderar se um produto de outra cor, que é um equivalente perfeito daquele item na cor rosa, é uma escolha mais econômica.

“As mulheres historicamente enfrentam diversas barreiras sociais e no mercado de consumo não é diferente, visto que produtos e serviços voltados para mulheres podem ser mais caros simplesmente pelo fato de serem voltados para nós. Por isso é importante alertar a todas sobre a importância da contínua pesquisa de preços e da atenção às estratégias de marketing e precificação. Afinal, não precisamos pagar mais por sermos mulheres”, afirma. 

Isabella Guasti[email protected]

Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022 e também de reportagem premiada pelo Sebrae Minas em 2023.

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